A decisão dos Estados Unidos pode comprometer a capacidade militar da Ucrânia em confrontar forças russas.
05 de Março de 2025 às 13h37

EUA suspendem compartilhamento de inteligência com a Ucrânia em meio a tensões

A decisão dos Estados Unidos pode comprometer a capacidade militar da Ucrânia em confrontar forças russas.

Os Estados Unidos decidiram suspender o compartilhamento de inteligência com a Ucrânia, uma medida que pode prejudicar gravemente a capacidade do país de identificar e atacar alvos militares russos, conforme relatado por fontes do Financial Times.

A cooperação em inteligência dos EUA tem sido vital para a Ucrânia desde o início da invasão russa em fevereiro de 2022. A confirmação da suspensão foi feita por três autoridades que afirmaram que o governo americano congelou os canais de comunicação de inteligência com Kiev.

Embora a suspensão tenha sido oficializada, algumas fontes indicam que aliados dos EUA ainda podem compartilhar informações com a Ucrânia, embora isso não inclua dados críticos necessários para ataques de precisão. Um funcionário anônimo disse que, apesar da pausa, “alguns destinatários com recursos dentro do país provavelmente continuarão repassando informações relevantes para Kiev”.

A decisão de interromper o compartilhamento de inteligência ocorre após um encontro tenso entre o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky e o presidente dos EUA, Donald Trump, que resultou na suspensão do envio de ajuda militar ao país. A relação entre os dois líderes piorou significativamente, culminando em um desentendimento que levou Zelensky a deixar a Casa Branca sem assinar um acordo importante sobre minerais.

Após a reunião, Zelensky expressou sua disposição para trabalhar sob a “forte liderança” de Trump e disse que deseja “corrigir” a situação após o desentendimento. Trump, por sua vez, elogiou as palavras do líder ucraniano durante seu discurso sobre o Estado da União.

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Fontes de inteligência ucranianas alertaram que, se a situação continuar, o país pode ficar sem suprimentos militares americanos em um período de duas a três semanas. Um oficial ucraniano afirmou: “Após isso, será muito difícil para nós. Não será um colapso total, mas seremos forçados a recuar de áreas mais rapidamente”.

O conselheiro de segurança nacional da Casa Branca, Mike Waltz, mencionou que Trump consideraria restaurar a ajuda à Ucrânia se negociações de paz forem iniciadas e medidas de construção de confiança forem implementadas. “Se conseguirmos avançar nessas negociações e realmente colocar algumas medidas de construção de confiança na mesa, então o presidente analisará a possibilidade de levantar essa pausa”, disse Waltz em uma entrevista.

Críticos de Trump argumentam que uma suspensão prolongada da ajuda militar poderia prolongar o conflito, permitindo que o Kremlin explore a diminuição dos estoques de armas e munições da Ucrânia para avançar em novos territórios.

Atualmente, as tropas ucranianas e russas estão em confronto ao longo de uma linha de frente de aproximadamente 600 milhas, que tem sido empurrada para dentro da Ucrânia devido aos avanços russos. A Rússia ocupa cerca de um quinto do território ucraniano, incluindo províncias orientais e a península da Crimeia.

Enquanto isso, a Ucrânia tenta manter uma quantidade relativamente pequena de território que conquistou no ano passado na província russa de Kursk. A situação no campo de batalha continua tensa, com ambos os lados se preparando para possíveis confrontos futuros.

Embora haja indícios de que a Ucrânia e a Rússia estejam dando os primeiros passos em direção à paz, a postura de Trump em relação à OTAN também está sendo questionada, com rumores de que ele pode estar considerando renunciar à liderança dos EUA na aliança militar, após insistir que os aliados europeus assumam mais responsabilidades pela segurança do continente.

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