
EUA mantêm conversas secretas com Hamas sobre reféns em Gaza, revela fonte
O governo Trump realiza negociações com o Hamas visando a liberação de reféns americanos e um acordo mais amplo.
O governo dos Estados Unidos, sob a administração de Donald Trump, tem mantido conversas secretas com o grupo militante Hamas, focando na possibilidade de libertação de reféns americanos que estão sendo mantidos em Gaza. A informação foi confirmada por uma fonte que possui conhecimento direto das negociações, conforme reportado pela agência Reuters.
O enviado especial dos EUA para assuntos de reféns, Adam Boehler, tem se reunido com representantes do Hamas nas últimas semanas em Doha, capital do Catar. Essa abordagem representa uma mudança significativa na política americana, uma vez que, até recentemente, os Estados Unidos evitavam qualquer tipo de diálogo direto com o grupo, que foi designado como organização terrorista em 1997.
As discussões têm se concentrado não apenas na liberação dos reféns americanos, mas também em um possível acordo mais abrangente que poderia incluir a libertação de todos os reféns ainda mantidos e a busca por uma trégua de longo prazo. A fonte destacou que as negociações estão em andamento, mas ainda não resultaram em um acordo concreto.
A embaixada de Israel em Washington não respondeu imediatamente a um pedido de comentário sobre as conversas. O gabinete de Boehler também optou por não se manifestar a respeito. A Casa Branca, por sua vez, não forneceu uma resposta imediata.


De acordo com relatos, o enviado do presidente Trump para o Oriente Médio, Steve Witkoff, planeja retornar à região nos próximos dias. O objetivo é discutir a extensão da primeira fase do acordo de cessar-fogo em Gaza ou avançar para uma nova fase das negociações, conforme indicado por um porta-voz do Departamento de Estado.
As reuniões entre os representantes americanos e o Hamas ocorrem em um contexto delicado, onde a primeira fase do cessar-fogo já expirou sem um novo acordo em vista. Israel, que tem bloqueado a ajuda humanitária para Gaza, alega que o Hamas violou os termos do acordo, enquanto o grupo militante acusa Israel de chantagem e de cometer crimes de guerra.
O primeiro estágio do acordo de cessar-fogo, que teve início em 19 de janeiro, visava a liberação de 33 reféns israelenses em troca de centenas de prisioneiros palestinos. Até o momento, o Hamas liberou 38 reféns, enquanto Israel libertou 1.737 prisioneiros e detidos palestinos, incluindo mulheres e crianças.
Atualmente, 59 reféns permanecem sob custódia do Hamas em Gaza, com as Forças de Defesa de Israel confirmando a morte de 35 deles. Entre os reféns, cinco são cidadãos americanos.
As conversas secretas entre os EUA e o Hamas marcam um desvio significativo da política externa americana, que até agora não havia buscado um diálogo direto com o grupo. A situação continua a evoluir, e as próximas semanas serão cruciais para determinar o futuro das negociações e a possibilidade de um acordo duradouro.
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