Senador foi indicado pela corrente majoritária do partido e deve comandar até julho.
07 de Março de 2025 às 08h02

Humberto Costa assume presidência interina do PT após saída de Gleisi Hoffmann

Senador foi indicado pela corrente majoritária do partido e deve comandar até julho.

O senador Humberto Costa, do Partido dos Trabalhadores (PT) de Pernambuco, foi escolhido para assumir a presidência interina da sigla, substituindo Gleisi Hoffmann, que foi nomeada ministra da Secretaria de Relações Institucionais. A decisão foi tomada durante uma reunião da corrente Construindo um Novo Brasil (CNB), a principal força interna do partido, na noite de quinta-feira.

O mandato de Humberto é temporário e se estenderá até as eleições diretas para a nova presidência do PT, marcadas para 6 de julho. O ex-prefeito de Araraquara, Edinho Silva, é o candidato preferido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para assumir a liderança do partido após esse período. No entanto, membros da CNB esperam que Humberto utilize sua posição interina para se posicionar como um candidato viável na disputa interna.

A escolha de Humberto será formalizada em uma reunião da Executiva Nacional do PT, programada para esta sexta-feira. A CNB conta com o apoio de outras correntes, como o Movimento PT, o que deve garantir a aprovação de sua indicação. Contudo, a confirmação final dependerá da aprovação do diretório nacional do partido.

Embora o nome de José Guimarães, líder do governo na Câmara dos Deputados, também tenha sido cogitado para o cargo interino, a CNB decidiu apoiar Humberto. Guimarães, que é do Ceará, estava na disputa, mas a corrente majoritária optou por Humberto, considerando sua proximidade com Lula e seu histórico no partido.

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A saída de Gleisi Hoffmann da presidência do PT é uma consequência direta de sua nomeação para o ministério. Normas da Comissão de Ética da Presidência e o estatuto do partido a impedem de acumular os dois cargos. Gleisi tomará posse na nova função na próxima segunda-feira, 10 de março.

A escolha de Edinho Silva como o candidato de Lula para a presidência do PT enfrenta resistência de alguns setores do partido. Críticos apontam que ele não conseguiu eleger sua sucessora em Araraquara nas últimas eleições, o que levanta dúvidas sobre sua capacidade de liderança.

Apesar das dificuldades, Edinho tem se movimentado pelo Brasil para fortalecer sua base de apoio. Ele defende uma abordagem menos polarizada em relação ao governo de Jair Bolsonaro, uma posição que contrasta com a visão de Gleisi, que acredita que o embate político é inevitável.

Além da presidência, há também uma disputa interna pela tesouraria do PT. Edinho não deseja manter Gleide Andrade, atual secretária de Finanças, que é próxima de Gleisi. Para que Gleide e outros aliados permaneçam na direção do partido, houve uma recente alteração no estatuto, permitindo mais flexibilidade em relação aos mandatos consecutivos.

Com a mudança na presidência e as novas articulações, o cenário político do PT pode passar por transformações significativas nos próximos meses. A expectativa é que a escolha de Humberto Costa como presidente interino traga novas dinâmicas para a condução do partido até as eleições de julho.

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