
Guimarães é orientado a manter liderança do governo na Câmara em meio a mudanças no PT
Deputado federal José Guimarães (PT-CE) deve continuar como líder do governo na Câmara, evitando complicações para Lula.
O deputado federal José Guimarães (PT-CE) foi aconselhado a permanecer como líder do governo na Câmara dos Deputados, em vez de buscar a presidência interina do Partido dos Trabalhadores (PT). Essa orientação surge em um momento de transição, com a deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR) assumindo a Secretaria de Relações Institucionais a partir de segunda-feira (10 de março de 2025).
De acordo com informações obtidas, membros do PT se reuniram na noite de quinta-feira (6 de março) para discutir a situação e decidiram indicar o senador Humberto Costa (PT-PE) para ocupar a presidência interina do partido até as eleições, agendadas para 6 de julho.
A avaliação da cúpula do PT é de que, se Guimarães fosse escolhido para a presidência interina, isso criaria um desafio para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que precisaria nomear um novo líder do governo na Câmara. Nesse cenário, nomes do Centrão, como Isnaldo Bulhões (MDB-AL) ou Antonio Brito (PSD-BA), poderiam ser considerados.
Inicialmente, havia um entendimento na ala majoritária do partido para que Guimarães assumisse a presidência temporária, mas ele foi orientado a não “tapar buraco”, uma alternativa que surgiu quando Gleisi foi cogitada para a Secretaria Geral da Presidência.


Com a escolha de Lula pela deputada para a articulação com o Congresso, o acordo anterior perdeu força. Apesar da indicação de Humberto Costa, o nome ainda precisa ser ratificado pela Executiva e pelo diretório nacional do PT, um processo que deve ocorrer sem contratempos, segundo fontes.
O ex-prefeito de Araraquara, Edinho Silva (PT), é um dos principais candidatos à presidência do PT nas eleições de julho e conta com a preferência de Lula. A corrente majoritária do partido, a Construindo um Novo Brasil (CNB), abriga tanto Gleisi quanto Edinho, mas a facção mais próxima da deputada resiste ao ex-prefeito, que defende um diálogo com setores mais alinhados ao centro e à direita.
A divergência interna se tornou mais evidente em uma reunião realizada em 17 de fevereiro, onde o partido aprovou uma mudança nas regras para a renovação de mandatos dos filiados, permitindo que os petistas se candidatem à reeleição quantas vezes desejarem.
A decisão causou descontentamento entre alguns membros do partido. O dirigente da Articulação de Esquerda, Valter Pomar, expressou sua insatisfação em seu blog, afirmando que não reconhece a “legitimidade e legalidade” da medida.
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