
Conservadores e social-democratas da Alemanha avançam em negociações para coalizão
Friedrich Merz e líderes do SPD confirmam a conclusão de diálogos preliminares e iniciam formalizações para um governo de coalizão.
Os conservadores da União Democrata Cristã (CDU), liderados por Friedrich Merz, e os social-democratas do SPD anunciaram neste sábado (28) em Berlim que concluíram as conversas preliminares para a formação de um governo de coalizão na Alemanha. As partes agora se preparam para iniciar as negociações formais, com o objetivo de estabelecer um novo governo até a Páscoa, prevista para 20 de abril.
O anúncio foi feito em uma coletiva de imprensa conjunta, onde os líderes dos partidos expressaram otimismo sobre o progresso nas discussões. Merz, que é o principal candidato à Chancelaria, destacou que as conversas ocorreram em um ambiente “extremamente bom” e que os partidos chegaram a acordos em diversos temas.
Entre os tópicos discutidos, a migração, as finanças e a economia foram centrais. Merz indicou que o programa conjunto pode incluir medidas para aumentar os controles nas fronteiras e reduzir a imigração, além de estabelecer metas de crescimento econômico entre 1% e 2%.
O co-líder do SPD, Lars Klingbeil, também participou da coletiva e descreveu o documento preliminar como um passo importante. Ele enfatizou a necessidade de incluir um salário mínimo de 15 euros por hora nas negociações, além de planos para reduzir os custos de eletricidade para a indústria.
Merz, que se posiciona como o próximo chanceler federal, afirmou que deseja ver um novo governo empossado até abril, enquanto o atual chanceler Olaf Scholz, do SPD, e sua coalizão com os Verdes continuarão no governo interinamente até que a nova administração seja formada.


As eleições de 23 de fevereiro resultaram na vitória da CDU/CSU, que obteve 28,5% dos votos, colocando Merz em uma posição favorável para a liderança do governo. O SPD, por outro lado, sofreu uma derrota histórica, ficando em terceiro lugar com apenas 16,4% dos votos.
Com a ausência de uma maioria clara no Bundestag, o parlamento alemão, os partidos iniciaram as negociações para formar uma coalizão que garanta mais da metade das 630 cadeiras. A tradição na política alemã é evitar governos de minoria, e a formação de coalizões é uma prática comum desde o fim da Segunda Guerra Mundial.
A CDU/CSU, que liderou a eleição, já descartou a possibilidade de uma aliança com a ultradireitista Alternativa para a Alemanha (AfD), que ficou em segundo lugar. Assim, as negociações se concentram na formação de uma coalizão com os social-democratas do SPD.
Os líderes dos partidos estão cientes dos desafios que a Alemanha enfrenta, tanto internamente quanto em relação à situação internacional e à União Europeia. A cooperação entre CDU, CSU e SPD é vista como essencial para enfrentar esses desafios e garantir um futuro estável para o país.
As próximas semanas serão cruciais para a definição do novo governo e das políticas que serão implementadas, especialmente em áreas como a imigração e a economia, que são consideradas prioritárias pelos líderes conservadores e social-democratas.
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