Prefeito do Rio de Janeiro propõe a criação da Força de Segurança Armada, que poderá incluir guardas municipais armados.
10 de Março de 2025 às 23h41

Eduardo Paes apresenta novo projeto que transforma Guarda Municipal em Força de Segurança

Prefeito do Rio de Janeiro propõe a criação da Força de Segurança Armada, que poderá incluir guardas municipais armados.

A Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro recebeu nesta segunda-feira (10) um novo projeto de lei do Poder Executivo que visa a criação da Força de Segurança Municipal (FSM-RIO), com a proposta de incorporar a atual Guarda Municipal. O novo texto também sugere a formação da Força de Segurança Armada (FSA), uma subdivisão da força municipal.

Uma das principais inovações do projeto é a inclusão da Guarda Municipal na nova estrutura, que terá como função o policiamento ostensivo e preventivo. Essa mudança ocorre após a desistência do prefeito Eduardo Paes (PSD) de criar uma nova corporação, que seria chamada de Força de Segurança Municipal.

Para que a nova estrutura seja implementada, será necessária a aprovação de uma emenda à Lei Orgânica do município, que atualmente proíbe o uso de armas de fogo pelos agentes municipais. Para isso, será preciso o voto de 34 dos 51 vereadores da Câmara.

O segundo projeto detalha as funções e o funcionamento da Força de Segurança Armada. Ele mantém os mesmos moldes da proposta anterior, mas agora a FSA estará sob a supervisão da Guarda Municipal, com um novo nome.

As propostas serão publicadas no Diário da Câmara Municipal nesta terça-feira (11), e uma audiência pública sobre o tema está agendada para o dia 19 de março.

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A FSA será composta por agentes temporários, com um contrato de até seis anos e um salário de R$ 13.033. Os integrantes dessa força de elite terão suas chefias nomeadas diretamente pelo prefeito e deverão portar armas de fogo funcionais, que deverão ser guardadas na corporação ao final do turno de trabalho. O projeto também estabelece que os agentes da FSA não poderão adquirir armas para uso pessoal.

Outra inovação em relação à proposta anterior é que os atuais guardas municipais poderão participar de um processo seletivo interno para integrar a nova Força de Segurança Armada. Além disso, o projeto cria 35 cargos de gestor de segurança municipal, que serão preenchidos por meio de concurso público.

Na justificativa do projeto, Paes menciona a recente decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que autorizou as Guardas Municipais a atuarem no policiamento ostensivo. Segundo o texto, “a reestruturação da GM-RIO como FSM-RIO vem ao encontro dessa diretriz, permitindo que o Município do Rio de Janeiro assuma uma postura ativa na formulação de políticas públicas voltadas à segurança”.

O prefeito assegurou que o uso de armas será controlado rigorosamente. “O treinamento para a utilização das armas de fogo por membros da FSM-RIO, antiga GM-RIO, que integrem a FSA observará os mais rigorosos padrões técnicos, em conformidade com as diretrizes federais”, afirmou.

Após o anúncio do novo projeto, o Sindicato dos Servidores da Guarda Municipal (Sisguario) manifestou-se contra a proposta, indicando que pode convocar uma paralisação dos guardas. O sindicato defende que os atuais guardas sejam capacitados para atuar com armas de fogo.

O projeto agora seguirá para análise nas comissões permanentes da Câmara, com a expectativa de que a discussão e votação sejam concluídas até o final do primeiro semestre.

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