Presidente do Palmeiras critica punições da Conmebol após caso de racismo na Libertadores Sub-20
11 de Março de 2025 às 06h23

Leila Pereira propõe que clubes brasileiros deixem a Conmebol e se unam à Concacaf

Presidente do Palmeiras critica punições da Conmebol após caso de racismo na Libertadores Sub-20

A presidente do Palmeiras, Leila Pereira, fez uma proposta ousada para os clubes brasileiros em resposta às recentes punições da Conmebol, que ela considera insuficientes no combate ao racismo. Durante uma entrevista no Allianz Parque, Leila sugeriu que os times do Brasil abandonem a Conmebol e se filiem à Concacaf, a confederação que organiza o futebol na América do Norte e Central.

A indignação de Leila surgiu após a Conmebol aplicar uma multa de 50 mil dólares (cerca de R$ 289 mil) ao Cerro Porteño, além de determinar que o clube jogue com portões fechados, como punição por ofensas racistas dirigidas ao atacante Luighi, do Palmeiras, durante um jogo da Copa Libertadores Sub-20 em Assunção.

“Não é possível que o Brasil, que representa 60% das receitas da Conmebol, seja tratado dessa forma. Se a Conmebol não consegue coibir esse tipo de crime, por que não pensar em nos filiarmos à Concacaf? Só assim vão respeitar o futebol brasileiro”, afirmou a dirigente à emissora TNT Sports.

Leila ainda destacou que a atual punição é “extremamente branda” e que a Conmebol parece conivente com as agressões racistas. Ela mencionou que, para infrações como atrasos no início de jogos, as multas são significativamente mais altas, o que demonstra uma falta de seriedade em relação ao racismo.

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“A penalidade que a Conmebol determinou foi ridícula. Para um sinalizador, a multa é de 78 mil dólares, enquanto para racismo é apenas 50 mil. Isso é uma vergonha”, criticou Leila, que já enviou uma carta à FIFA solicitando intervenção no caso.

A presidente do Palmeiras também revelou que tem uma reunião marcada com Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF, na próxima quarta-feira, onde discutirá a questão com outros clubes brasileiros. “É uma semente a se plantar. Financeiramente, seria muito melhor para todos os clubes brasileiros”, completou.

O caso de racismo contra Luighi, que ocorreu durante a partida contra o Cerro Porteño, gerou revolta não apenas no Palmeiras, mas em todo o cenário do futebol brasileiro. O jogador foi alvo de imitações de macaco por parte de torcedores adversários, e a arbitragem não tomou as devidas providências na ocasião.

Luighi expressou sua dor nas redes sociais, afirmando que o episódio deixa cicatrizes e deve ser tratado como um crime. O Cerro Porteño, por sua vez, emitiu um comunicado lamentando o ocorrido, mas sem anunciar ações concretas contra os torcedores envolvidos.

Leila Pereira se posiciona como uma voz ativa na luta contra o racismo no futebol, convocando a união dos clubes para exigir punições mais severas e uma postura mais rigorosa da Conmebol em relação a esses crimes. A proposta de migração para a Concacaf reflete um descontentamento crescente com a forma como as questões de discriminação racial são tratadas nas competições sul-americanas.

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