
Ucrânia e EUA buscam cessar-fogo na Arábia Saudita após ataque de drones
Representantes dos dois países se reúnem em Jidá para discutir um acordo de paz com a Rússia, após intensificação do conflito.
A Arábia Saudita se tornará o centro das negociações entre diplomatas dos Estados Unidos e da Ucrânia nesta terça-feira, 11 de março de 2025. O encontro visa avançar em um possível acordo de paz em meio ao conflito com a Rússia, que se intensificou recentemente.
No dia anterior, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, do partido Servo do Povo, teve uma reunião com o príncipe herdeiro Mohammed bin Salman. O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, também estará presente em Jidá para participar das discussões.
Rubio, que viajou a bordo de seu avião, declarou a repórteres que ele e Mike Waltz, conselheiro de segurança nacional, avaliarão as respostas da Ucrânia durante as negociações. “O que queremos saber é se eles estão interessados em entrar em algum tipo de conversa de paz e quais concessões poderiam considerar”, afirmou Rubio, ressaltando a gravidade da situação vivida pelos ucranianos.
O presidente Zelensky reiterou que a Ucrânia busca a paz, apontando a Rússia como a única responsável pela continuidade da guerra. “A Ucrânia vem buscando a paz desde o primeiro segundo da guerra. A única razão pela qual o conflito persiste é a Rússia”, disse ele.
Além de Zelensky, ministros de Relações Exteriores e Defesa da Ucrânia também foram enviados a Jidá para participar das negociações. O chefe do gabinete da presidência ucraniana, Andrii Yermak, afirmou que estão prontos para um “diálogo construtivo” e que “propostas realistas estão na mesa”.
Em contraponto, o governo russo, representado pelo porta-voz Dmitry Peskov, não espera resultados concretos das conversas. “O que importa é o que os Estados Unidos esperam. Já ouvimos declarações de que eles esperam que os ucranianos demonstrem disposição para a paz”, disse Peskov.


Na véspera das negociações, a Ucrânia lançou um ataque aéreo significativo contra a Rússia, que resultou na derrubada de 337 drones, sendo 91 deles na região de Moscou. O prefeito da capital russa, Sergei Sobyanin, classificou o ataque como o maior já registrado na cidade.
O porta-voz do Centro Governamental Ucraniano contra a Desinformação, Andrii Kovalenko, afirmou que o ataque serve como um “sinal adicional” ao presidente russo Vladimir Putin, incentivando-o a considerar uma trégua.
O enviado dos EUA para o Oriente Médio, Steve Witkoff, destacou que as conversas têm como objetivo estabelecer um quadro para um acordo de paz e um cessar-fogo inicial entre as partes envolvidas.
Essas negociações marcam o primeiro contato de alto nível entre os EUA e a Ucrânia desde a visita de Zelensky à Casa Branca, em fevereiro, quando houve um confronto verbal com o presidente Donald Trump e seu vice-presidente JD Vance.
As conversas acontecem em um momento crítico para a Ucrânia, que enfrenta desafios significativos no campo de batalha. A Rússia anunciou a recuperação de várias localidades na região de Kursk, que havia sido ocupada por tropas ucranianas desde uma ofensiva em agosto de 2024.
Antes do início da reunião, a China manifestou seu desejo por uma “solução justa e duradoura” para o conflito, apoiando todos os esforços que possam contribuir para uma resolução pacífica da crise.
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