
Pedras nas amígdalas: mau hálito e problemas de saúde associados
Estudos apontam que doenças respiratórias e refluxo gastroesofágico estão entre as causas das pedras nas amígdalas.
As pedras nas amígdalas, conhecidas como caseum, são formações comuns, mas pouco discutidas. Elas se apresentam como pequenas pedrinhas de coloração branca ou amarelada e podem causar desconforto significativo. Embora sejam inofensivas, as pedras podem gerar mau hálito crônico, irritação na garganta e dificuldades para engolir.
De acordo com o otorrinolaringologista Hugo Valter Lisboa Ramos, do Hospital Israelita Albert Einstein, em Goiânia, existem duas teorias sobre a formação dessas pedras. A primeira sugere que elas se formam a partir do acúmulo de restos alimentares que ficam presos nas criptas, pequenas cavidades nas amígdalas. “Esses alimentos podem ser fermentados por bactérias, resultando em mau cheiro e dor na garganta”, explica.
A segunda hipótese, mais recente, aponta que o caseum é uma secreção chamada exudato, produzida pelas amígdalas em resposta a uma inflamação crônica na garganta. “Essa faringite persistente não apenas favorece o surgimento das pedras, mas também provoca sintomas como dor leve, halitose, pigarro constante e a sensação de ter uma ‘bola na garganta’”, detalha Ramos.
Entre os fatores que podem desencadear a faringite crônica estão doenças respiratórias, como rinites e sinusites, além do refluxo gastroesofágico. É importante ressaltar que a higiene bucal adequada não impede a formação das pedras, pois mesmo indivíduos que escovam os dentes regularmente e visitam o dentista podem desenvolvê-las.


Para prevenir o problema, o médico recomenda cuidados que incluem evitar crises alérgicas nasais e adotar uma alimentação que minimize o refluxo. Isso envolve a redução do consumo de cafeína, alimentos gordurosos, frituras, refrigerantes e temperos fortes, como a pimenta.
O tratamento das pedras nas amígdalas deve ser conduzido por um especialista. O diagnóstico correto envolve a identificação da causa subjacente do caseum, que pode ser uma sinusite, rinite, refluxo ou outra condição. Exames como tomografia, endoscopia nasal ou endoscopia digestiva podem ser necessários para essa avaliação.
O tratamento será direcionado à doença que causou a formação das pedras. Em casos mais graves, pode ser necessária a cirurgia para remoção das amígdalas, especialmente quando há alterações estruturais que favorecem a retenção do caseum.
É fundamental evitar tentativas de remoção manual das pedras, utilizando objetos como cotonetes ou palitos, pois isso pode causar ferimentos e agravar a situação nas criptas amigdalianas.
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