
Cármen Lúcia critica a escassez de mulheres no Judiciário e no Congresso Nacional
Presidente do TSE destaca desigualdade de gênero durante evento em homenagem ao Dia Internacional da Mulher
A presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Cármen Lúcia, fez uma contundente crítica à baixa presença de mulheres no Poder Judiciário e no Congresso Nacional, afirmando que a igualdade de gênero ainda não é uma realidade no Brasil. A declaração ocorreu durante um evento em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, celebrado no último sábado, 8 de março.
“Não é verdade que o Brasil seja um país em que a igualdade prevalece entre homens e mulheres. Basta observar o que ocorre no Poder Judiciário, onde há uma grande disparidade na presença feminina, assim como no Parlamento brasileiro”, declarou Cármen Lúcia.
Atualmente, a ministra é a única mulher entre os 11 integrantes do Supremo Tribunal Federal (STF). No TSE, dos sete membros titulares, apenas outra mulher, Isabel Gallotti, ocupa um cargo.
Durante a mesa do evento, Cármen Lúcia estava acompanhada de importantes figuras do Judiciário, incluindo o presidente do STF, Luís Roberto Barroso, e os ministros Cristiano Zanin, Alexandre de Moraes, Gilmar Mendes e Nunes Marques. A única outra mulher presente na abertura foi a ministra Maria Cristina Peduzzi, do Tribunal Superior do Trabalho (TST).


Em sua fala, Cármen Lúcia ressaltou que, apesar das mulheres serem a maioria da população brasileira, elas representam apenas 39% dos cargos de juízas e apenas 18% nos tribunais superiores. “É preciso que haja realmente uma superação”, enfatizou a presidente do TSE.
Além disso, Cármen Lúcia trouxe à tona dados alarmantes sobre a violência contra as mulheres no Brasil, revelando que 20 milhões de mulheres enfrentaram algum tipo de violência em 2024. “Isso é devastador em termos de direitos. Não há democracia sem a presença de todos os seres humanos”, afirmou.
A ministra também anunciou a criação do Programa Nacional de Incentivo à Participação Feminina na Justiça Eleitoral e à Promoção de Paridade de Gênero nos Tribunais Regionais Eleitorais. A Portaria TSE nº 105, publicada no “Diário da Justiça Eletrônico (DJE)” nesta terça-feira, detalha os objetivos do programa.
Cármen Lúcia concluiu sua fala ressaltando a importância da participação feminina nas decisões políticas e judiciais, afirmando que as mulheres poderiam decidir eleições, mas as instituições ainda não se deram conta de sua relevância.
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