
Biomédica morta pelo ex-marido em clínica de estética em MG gera comoção
Miquéias Nunes de Oliveira, de 33 anos, foi assassinada em Ibiporã; crime chocou a comunidade e mobiliza protestos contra feminicídio.
A biomédica Miquéias Nunes de Oliveira, 33 anos, foi assassinada na última segunda-feira, 11, dentro da clínica de estética onde trabalhava, em Ibiritê, na região metropolitana de Belo Horizonte, Minas Gerais. O crime, cometido pelo ex-marido, Renê Teixeira, de 42 anos, chocou a comunidade local e gerou uma onda de revolta entre os moradores.
Conhecida como Kéia Oliveira, a profissional era admirada por seu carinho e dedicação aos pacientes. Natural de Simonésia, na Zona da Mata mineira, Kéia se mudou para Ibiritê aos 18 anos em busca de oportunidades na área da estética. Formada em biomedicina há cerca de dois anos, ela se especializou em estética e pós-operatório, atendendo em uma clínica no bairro Várzea.
Nas redes sociais, Kéia compartilhava sua rotina de trabalho e interagia com clientes, conquistando um público fiel. Em suas postagens, ela frequentemente expressava amor por Renê, com quem se casou em 2021. No entanto, o relacionamento estava em processo de separação, e Renê não aceitava o fim, conforme relatos de amigos e familiares.
Na manhã do crime, Renê invadiu a clínica e, após uma discussão, atacou Kéia com um canivete. Testemunhas afirmaram que ele já havia tentado reatar o relacionamento por meses. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) foi acionado, mas a biomédica não resistiu aos ferimentos e faleceu no local.


Após o ataque, Renê tentou tirar a própria vida, mas sobreviveu e foi levado ao Hospital Municipal de Contagem, onde permanece sob escolta policial. A polícia encontrou uma pistola com numeração raspada em sua casa, o que indica que ele havia planejado o crime.
A morte de Kéia gerou uma mobilização significativa na cidade. Moradores e amigos da biomédica organizam um protesto no próximo domingo, 16, na Praça do Fórum, em um ato contra o feminicídio e em busca de justiça para a vítima.
As autoridades locais reforçam a importância de denunciar casos de violência doméstica. Em situações de emergência, é aconselhável ligar para a Polícia Militar pelo número 190. Além disso, é fundamental que pessoas próximas às vítimas ofereçam apoio e informações sobre os direitos delas, incluindo a Lei Maria da Penha.
Dados do Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública (Sinesp) revelam que o Brasil registra cerca de mil assassinatos de mulheres por ano, destacando a gravidade do problema da violência de gênero no país. O caso de Kéia Oliveira é mais um exemplo da urgência de ações efetivas para combater essa realidade.
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