
Alckmin critica tarifa de Trump e defende diálogo como solução para o Brasil
Vice-presidente classifica medida como equivocada e afirma que resposta deve ser ganha-ganha
O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, se manifestou nesta quinta-feira (13) sobre a recente decisão do governo dos Estados Unidos de impor tarifas de 25% sobre as importações de aço e alumínio, classificando a medida como "equivocada". Em suas declarações, Alckmin enfatizou que o Brasil não deve reagir com retaliações do tipo "olho por olho".
"Entendemos que o caminho não é olho por olho. Se fizer olho por olho, vai ficar todo mundo cego. O caminho é ganha-ganha", afirmou o vice-presidente durante uma coletiva de imprensa. Ele ressaltou a importância do diálogo e da reciprocidade nas relações comerciais entre Brasil e Estados Unidos.
Alckmin, que também é ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, destacou que a decisão de Trump não foi direcionada especificamente ao Brasil, mas sim uma medida geral que afeta todos os países. "Não foi uma ação contra o Brasil, mas uma medida geral. Nós entendemos que é equivocada, pois o Brasil não é um problema na questão comercial dos Estados Unidos", disse.
O vice-presidente mencionou que, dos dez produtos que os EUA mais exportam para o Brasil, oito têm alíquota zero, o que demonstra a relação comercial favorável entre os dois países. "73% do que eles exportam para o Brasil é isento de tarifas. Quando observamos a tarifa média final, ela é de apenas 2,7%", explicou.


Na próxima sexta-feira (14), representantes técnicos dos governos brasileiro e americano se reunirão para discutir as tarifas. O encontro, que será realizado no Itamaraty, contará com a presença de secretários do MDIC e do Ministério das Relações Exteriores, mas não incluirá Alckmin, que estará em viagem.
A reunião é considerada um passo inicial em um processo de negociação que pode ser longo, com o objetivo de mitigar os impactos negativos das tarifas sobre as exportações brasileiras. Apesar das dificuldades, Alckmin acredita que o diálogo é a melhor abordagem para resolver a questão.
O governo brasileiro já anunciou que avaliará todas as possibilidades de ação no campo do comércio exterior para responder à imposição das tarifas de Trump. Em uma nota oficial, o governo expressou sua preocupação com os efeitos que as medidas podem ter sobre as exportações brasileiras de aço e alumínio, que em 2024 totalizaram cerca de US$ 3,2 bilhões.
Além disso, a decisão de Trump também resultou no cancelamento de acordos vigentes entre os países, que anteriormente permitiam a importação de aço sob cotas específicas. O Itamaraty alertou que as novas tarifas podem ter um impacto significativo nas exportações brasileiras, que historicamente têm contribuído para o superávit comercial dos EUA.
Alckmin reafirmou que o Brasil não é um problema na questão comercial dos Estados Unidos e que a relação deve ser baseada em benefícios mútuos. "O Brasil é um parceiro comercial importante e devemos buscar soluções que favoreçam ambos os lados", concluiu.
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