Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) mostra alta em relação a dezembro, mas analistas projetam desaceleração em 2025.
17 de Março de 2025 às 14h17

Banco Central aponta crescimento de 0,9% na economia brasileira em janeiro

Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) mostra alta em relação a dezembro, mas analistas projetam desaceleração em 2025.

O Banco Central divulgou nesta segunda-feira (17) que o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) registrou um crescimento de 0,9% em janeiro de 2025, em comparação ao mês anterior. Este resultado representa a maior alta desde junho do ano passado, quando o índice havia subido 1,1%.

O IBC-Br é considerado uma "prévias" do Produto Interno Bruto (PIB), refletindo a soma de todos os bens e serviços produzidos no Brasil. Na comparação com janeiro de 2024, o indicador apresentou um aumento de 3,6%. Nos últimos doze meses, até janeiro de 2025, o crescimento foi de 3,8%, segundo os dados do Banco Central.

O desempenho da economia brasileira surpreendeu analistas ao registrar uma expansão de 3,4% em 2024, superando as expectativas iniciais. No entanto, para este ano, as projeções indicam uma desaceleração do crescimento, em grande parte devido ao aumento da taxa de juros, que visa conter a inflação. O Banco Central tem implementado uma política de alta dos juros nos últimos meses, refletindo a preocupação com a inflação.

Além disso, o cenário internacional também apresenta incertezas, especialmente em relação às tensões comerciais envolvendo a política do novo presidente dos Estados Unidos. O temor de uma recessão nos EUA pode impactar negativamente a economia global, o que preocupa os economistas.

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Para 2025, as previsões do mercado financeiro apontam para uma expansão do PIB de apenas 1,99%, um número significativamente inferior ao crescimento observado no ano anterior. Essa expectativa reflete a cautela dos analistas diante do cenário econômico atual.

Embora o IBC-Br seja uma ferramenta útil para prever o desempenho do PIB, é importante notar que os resultados nem sempre se alinham com os dados oficiais. O cálculo do IBC-Br inclui estimativas para os setores agropecuário, industrial e de serviços, mas não considera a demanda, que é levada em conta no cálculo do PIB pelo IBGE.

O IBC-Br é um dos indicadores utilizados pelo Banco Central para definir a taxa básica de juros do país. Um crescimento mais lento da economia pode resultar em menos pressão inflacionária, o que é um fator considerado na formulação da política monetária.

Recentemente, Diogo Guillen, diretor de Política Econômica do Banco Central, comentou sobre a necessidade de desacelerar a atividade econômica para controlar a inflação. Ele destacou que os sinais de moderação na economia são evidentes e que a taxa Selic, atualmente em 13,25% ao ano, pode ser elevada ainda mais, com uma nova alta prevista para a próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).

Com a Selic em patamares elevados, o Banco Central busca equilibrar o crescimento econômico e a inflação, um desafio que se torna cada vez mais complexo em um cenário global incerto.

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