A proposta aprovada permite a liquidação de recursos de emendas não processadas até 2026, resgatando valores cancelados.
19 de Março de 2025 às 14h37

Câmara dos Deputados aprova projeto para liberar emendas não pagas desde 2019

A proposta aprovada permite a liquidação de recursos de emendas não processadas até 2026, resgatando valores cancelados.

A Câmara dos Deputados aprovou na terça-feira, 18, um projeto de lei que visa a liberação de recursos de emendas parlamentares não pagas desde 2019. A proposta, que agora segue para o Senado, permite a liquidação desses valores até o final de 2026.

Os chamados "restos a pagar" referem-se a recursos que não foram utilizados no exercício financeiro correspondente e, portanto, são transferidos para o ano seguinte. A medida busca reabilitar emendas que foram canceladas em dezembro de 2024, além de garantir um novo prazo para o pagamento desses recursos.

O projeto foi inicialmente aprovado no Senado em fevereiro, em um momento em que o Congresso Nacional enfrentava desafios relacionados ao Supremo Tribunal Federal (STF). O ministro Flávio Dino, responsável por decisões que exigiam maior transparência nas emendas, havia barrado pagamentos de algumas delas, o que gerou um impasse.

Após negociações, o Congresso chegou a um acordo com o governo, e o projeto foi modificado para incluir um artigo que proíbe o pagamento de obras ou serviços que estejam sob investigação ou apresentem indícios de irregularidades.

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O relator da proposta, senador Carlos Portinho (PL-RJ), fez alterações significativas no texto original, incluindo a definição de que os restos a pagar não processados são recursos que não foram liquidadas, ou seja, ainda não houve a confirmação do direito do fornecedor ao recebimento.

Com a aprovação, a expectativa é que cerca de R$ 2,6 bilhões em emendas que foram canceladas possam ser ressuscitadas, além de outros R$ 5,6 bilhões que poderiam ser bloqueados a partir de meados deste ano. A medida foi defendida por congressistas de diferentes partidos, que argumentaram que o resgate desses recursos evitaria a criação de um "cemitério de obras" em todo o país.

O projeto de lei também busca assegurar que a execução das emendas seja feita de maneira eficiente e transparente, evitando que recursos públicos sejam mal utilizados. O governo, por sua vez, havia inicialmente vetado a prorrogação do prazo para a execução dessas despesas, mas acabou consentindo com a nova proposta.

O impacto financeiro da proposta, conforme informado pela Consultoria de Orçamento e Fiscalização Financeira, é de aproximadamente R$ 4,6 bilhões. A aprovação do projeto representa um passo importante para a gestão dos recursos públicos e para a continuidade de obras e serviços essenciais em diversas regiões do Brasil.

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