Ministro do STF devolve passaporte e bens apreendidos de Josué Eduardo de Oliveira e Silva após decisão da PGR
19 de Março de 2025 às 14h12

Moraes revoga medidas cautelares contra padre indiciado em suposta trama golpista

Ministro do STF devolve passaporte e bens apreendidos de Josué Eduardo de Oliveira e Silva após decisão da PGR

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), revogou as medidas cautelares impostas ao padre Josué Eduardo de Oliveira e Silva, que foi indiciado pela Polícia Federal (PF) em um inquérito que investiga uma suposta trama golpista após a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2022.

A decisão de Moraes foi motivada pelo fato de que o padre não foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR), que optou por não incluir Oliveira e Silva na lista de acusados, apesar de ele ter sido indiciado junto a outras 36 pessoas em novembro de 2024.

Com a revogação das medidas, o padre não precisa mais cumprir restrições que o impediam de manter contato com outros investigados, de deixar o país e de participar de cerimônias e eventos nas Forças Armadas e nas polícias militares.

“Embora o investigado tenha sido indiciado no relatório final apresentado pela autoridade policial, a Procuradoria-Geral da República, ao exercer a sua opinio delicti, não denunciou o investigado, razão pela qual, em relação a ele, não estão mais presentes os requisitos necessários à manutenção das medidas cautelares anteriormente impostas”, afirmou Moraes em sua decisão.

Além da revogação das medidas, o ministro determinou a devolução do passaporte e dos bens apreendidos do padre, ressaltando que a perícia e a análise dos materiais já foram concluídas.

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A PF encontrou indícios de que o padre teria participado de uma reunião com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), onde discutiu a elaboração de decretos e uma minuta que serviriam para a tentativa de golpe. Mensagens analisadas pela PF revelaram que Josué Eduardo enviou uma “oração ao golpe”, convocando católicos e evangélicos a incluírem em suas preces o então ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira, e outros 16 generais.

Os investigadores também apontaram que o padre participou de um encontro em Brasília no dia 19 de novembro de 2022, com Filipi Martins e Amauri Feres Saad, ambos indiciados. Registros oficiais confirmam a presença do padre no Palácio do Planalto na data mencionada.

Apesar das evidências levantadas pela PF, a PGR concluiu que não havia elementos suficientes para comprovar a participação efetiva do padre na tentativa de golpe. Ele foi um dos dez indiciados que não foram denunciados.

Após a decisão da PGR, Josué Eduardo expressou sua satisfação nas redes sociais, publicando a frase em latim “Deo gratias” (“Graças a Deus”) e uma imagem com a mensagem de que a PGR não encontrou elementos para denunciá-lo.

Natural de Piracicaba, São Paulo, Josué Eduardo foi ordenado sacerdote da Diocese de Osasco em 2006 e atualmente conta com mais de 431 mil seguidores nas redes sociais, sendo uma figura influente entre grupos conservadores católicos.

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