
Trump revoga acesso a informações confidenciais de Biden e adversários políticos
Medida atinge ex-vice-presidente Kamala Harris e ex-secretários de Estado, refletindo tensões políticas nos EUA
A campanha de retaliação do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ganhou novos contornos na última sexta-feira. Em um memorando, ele anunciou a revogação das autorizações de segurança para uma série de antigos adversários, entre eles a ex-vice-presidente Kamala Harris, a ex-secretária de Estado Hillary Clinton e o ex-presidente Joe Biden, além de membros da família Biden.
O documento, que foi enviado a chefes de departamentos e agências do governo, afirma: “Determinei que não é mais do interesse nacional que os seguintes indivíduos acessem informações confidenciais”. Essa ação marca um novo capítulo nas tensões políticas que permeiam a administração Trump, especialmente em relação a figuras que o desafiaram em sua trajetória política.
Tradicionalmente, ex-presidentes e altos funcionários de segurança mantêm suas autorizações de segurança como uma cortesia, permitindo-lhes acesso a informações classificadas mesmo após deixarem o cargo. Contudo, a decisão de Trump reflete uma ruptura com essa prática, que geralmente visa garantir a continuidade da segurança nacional.
Em fevereiro, Trump já havia sinalizado sua intenção de revogar o acesso de Biden a informações confidenciais, uma represália a ações tomadas pelo ex-presidente após o ataque ao Capitólio em 6 de janeiro de 2021, quando Biden havia retirado a autorização de Trump. O memorando publicado na sexta-feira inclui nomes que já haviam sido mencionados por funcionários da Casa Branca como possíveis alvos dessa medida, sugerindo uma lista de inimigos políticos.
Além de Biden e Harris, o memorando também menciona Antony Blinken, ex-secretário de Estado, e Jacob Sullivan, ex-conselheiro de Segurança Nacional. Outros nomes notáveis incluem Letitia James, procuradora-geral de Nova York, e Alvin Bragg, promotor de Manhattan, ambos conhecidos por suas ações legais contra Trump.


O documento orienta ainda que todos os chefes de departamentos e agências revoguem o acesso desses indivíduos a instalações governamentais seguras, incluindo briefings diários, como o Resumo Diário do Presidente, e informações mantidas pela comunidade de inteligência.
Trump tem utilizado memorandos como este para retaliar aqueles que o criticaram ou que tentaram responsabilizá-lo por suas ações. Nos últimos meses, ele já havia revogado as autorizações de segurança de outros ex-assessores e familiares de Biden, intensificando a atmosfera de desconfiança e hostilidade entre as figuras políticas.
Essa decisão de Trump não é apenas uma questão de segurança, mas também uma estratégia para solidificar sua base política, ao mesmo tempo em que busca deslegitimar seus adversários. A medida também levanta preocupações sobre a politicização das autorizações de segurança, que historicamente foram vistas como uma questão de protocolo e respeito mútuo entre líderes.
Com a revogação das autorizações, Trump não apenas corta o acesso a informações sensíveis, mas também envia uma mensagem clara a seus opositores: a política de vingança está em pleno vigor. A medida poderá ter repercussões significativas na dinâmica política dos Estados Unidos, especialmente em um momento em que o país enfrenta desafios internos e externos.
Enquanto isso, a Casa Branca não se manifestou oficialmente sobre as implicações dessa decisão, mas a expectativa é de que a medida gere reações tanto no âmbito político quanto entre os cidadãos que acompanham de perto as movimentações do governo.
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