Brasil registra 4º maior juro real do mundo após aumento da Selic para 14,25%
Com a taxa de 8,79%, país fica atrás apenas de Turquia, Argentina e Rússia, segundo levantamento do MoneYou.
O Brasil alcançou a quarta posição no ranking mundial de juros reais, após a decisão do Banco Central (BC) de elevar a taxa Selic em 1 ponto percentual, fixando-a em 14,25% ao ano. Esta informação foi divulgada em um relatório do MoneYou.
Atualmente, o país apresenta juros reais de 8,79%, posicionando-se atrás da Turquia, que lidera a lista com 11,90%, seguida pela Argentina com 9,35% e pela Rússia com 8,91%.
Os juros reais são calculados subtraindo a taxa de inflação da taxa de juros nominal. Este indicador é crucial, pois reflete o custo real do capital e impacta diretamente a economia. A metodologia utilizada para o cálculo considera a inflação projetada para os próximos 12 meses, conforme os dados do Boletim Focus, que atualmente estima a inflação em 5,49%.
Além disso, a taxa de juros DI, que é a taxa de juros do mercado para um ano, também foi considerada, com vencimento mais líquido previsto para abril de 2026.
A recente alta na Selic foi anunciada pelo Comitê de Política Monetária (Copom) e representa a quinta elevação consecutiva da taxa básica de juros. O aumento é uma resposta às pressões inflacionárias persistentes no Brasil, que têm sido influenciadas por uma combinação de fatores internos e externos.
O cenário econômico global, incluindo a possibilidade de recessão nos Estados Unidos, também tem contribuído para a pressão sobre os juros no Brasil. Essa situação reflete a complexidade do ambiente econômico atual, onde as decisões do BC são moldadas por uma série de variáveis.
O ranking dos juros reais, que inclui 40 países, mostra que a Argentina, que anteriormente ocupava a última posição, subiu para as primeiras colocações devido a quedas nas taxas de juros e na inflação. A lista é liderada pela Turquia, seguida pela Argentina e Rússia, enquanto a Indonésia ocupa a quinta posição com 6,48%.
Os dados sobre os juros nominais também revelam que o Brasil permanece em quarto lugar, com a taxa de 14,25% ao ano. A comparação com outros países mostra que a taxa nominal da Turquia é de 42,5%, enquanto a da Argentina é de 29% e a da Rússia é de 21%.
Esses números ressaltam a situação desafiadora que o Brasil enfrenta em termos de política monetária, com a necessidade de equilibrar o combate à inflação e o crescimento econômico.
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