O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anuncia hoje a nova taxa Selic, com aumento esperado de 1 ponto percentual.
19 de Março de 2025 às 14h27

Copom deve elevar Selic para 14,25%, maior nível desde a era Dilma

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anuncia hoje a nova taxa Selic, com aumento esperado de 1 ponto percentual.

Na quarta-feira, 19, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil deve anunciar um aumento na taxa Selic, elevando-a de 13,25% para 14,25% ao ano. Essa mudança, caso confirmada, representará o maior patamar da taxa desde a gestão da ex-presidente Dilma Rousseff, em 2016.

A reunião do Copom ocorre em um cenário de pressão inflacionária, especialmente devido ao aumento nos preços dos alimentos e da energia. Esta será a quinta elevação consecutiva da Selic, um movimento que reflete as incertezas econômicas e a necessidade de controle da inflação.

De acordo com o boletim Focus, uma pesquisa semanal com economistas, a expectativa é de que a Selic suba em 1 ponto percentual nesta reunião. O Copom já havia sinalizado essa possibilidade em sua última reunião, realizada em janeiro, quando destacou que o agravamento das incertezas externas e os impactos do pacote fiscal do governo justificam a elevação dos juros.

O Copom se reúne a cada 45 dias e, nesta quarta-feira, a decisão final será anunciada após as 18h30. Desde setembro do ano passado, a taxa Selic vem sendo elevada gradualmente, com aumentos anteriores de 0,25 ponto e 0,5 ponto, além das duas elevações de 1 ponto percentual.

Na ata da reunião mais recente, o Copom alertou sobre a continuidade do ciclo de alta da Selic. O Banco Central indicou que o cenário inflacionário de curto prazo permanece desafiador, especialmente em razão do aumento nos preços dos alimentos, prevendo que a inflação deve ficar acima da meta nos próximos meses.

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Atualmente, a estimativa de inflação para 2025 é de 5,66%, superando o teto da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual.

A Selic é a taxa básica de juros utilizada nas negociações de títulos públicos e serve como referência para outras taxas na economia. O Banco Central utiliza a Selic como principal instrumento para controlar a inflação, realizando operações de mercado aberto para manter a taxa próxima do valor definido nas reuniões do Copom.

Quando a taxa Selic é elevada, o objetivo é conter a demanda aquecida, o que pode impactar os preços, uma vez que juros mais altos encarecem o crédito e incentivam a poupança. Isso pode dificultar a expansão econômica, embora a redução da Selic geralmente leve a um crédito mais acessível, estimulando a produção e o consumo.

O Copom, sob a liderança do presidente Gabriel Galípolo, está sob observação, especialmente em relação às suas comunicações sobre futuras direções da política monetária. A expectativa é que, embora a taxa de 14,25% já seja considerada restritiva, o comitê possa adotar um ritmo mais moderado em futuras reuniões, dependendo da evolução da economia.

O cenário econômico global, incluindo as decisões do Federal Reserve dos Estados Unidos, também pode influenciar as ações do Copom, uma vez que a política monetária americana impacta o câmbio e o fluxo de investimentos no Brasil.

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