Decisão do ministro Luís Roberto Barroso permite avanço na concessão das escolas à iniciativa privada
20 de Março de 2025 às 06h26

STF autoriza privatização da gestão de 33 escolas estaduais em São Paulo

Decisão do ministro Luís Roberto Barroso permite avanço na concessão das escolas à iniciativa privada

O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu revogar a suspensão imposta pela Justiça de São Paulo sobre o decreto estadual que autorizava a privatização da gestão de 33 escolas estaduais. Com essa decisão, o governo paulista, liderado pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), poderá prosseguir com a concessão à iniciativa privada.

O relator do caso, ministro Luís Roberto Barroso, destacou a urgência da medida, afirmando que a descontinuidade dos contratos já firmados poderia acarretar custos de desmobilização, atrasos na entrega de novas unidades escolares e impactar a criação de mais de 34 mil vagas na rede estadual de ensino.

O decreto, publicado no Diário Oficial em 11 de junho de 2024, estabelece que as empresas vencedoras da licitação serão responsáveis pela construção, manutenção, conservação, gestão e vigilância das escolas, enquanto as atividades pedagógicas continuarão sob a supervisão da Secretaria da Educação.

Com um investimento total de R$ 2,1 bilhões, a expectativa é que metade das unidades seja entregue em um prazo de dois anos, com a conclusão das demais até janeiro de 2027. As escolas estão divididas em dois lotes: Leste e Oeste, cada um sob a responsabilidade de uma concessionária.

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As cidades que participarão da Parceria Público-Privada (PPP) incluem Arujá, Guarulhos, Suzano, Diadema e Carapicuíba, localizadas no interior do estado e na Grande São Paulo. Essa iniciativa visa modernizar a infraestrutura escolar e ampliar a oferta de vagas na rede pública.

A decisão do STF foi recebida com reações mistas. Enquanto o governo defende que a privatização é essencial para a expansão e melhoria da educação, críticos argumentam que a transferência da gestão para a iniciativa privada pode comprometer a qualidade do ensino e a autonomia do estado sobre a educação pública.

O projeto de concessão, denominado PPP Novas Escolas, foi leiloado em dois lotes distintos. O Consórcio Novas Escolas Oeste SP, liderado pela Engeform Engenharia, venceu o leilão do Lote Oeste, recebendo R$ 3,38 bilhões ao longo de 25 anos. Já o Lote Leste foi conquistado pelo Consórcio SP Mais Escolas, que tem a Agrimat como empresa líder, por um valor superior a R$ 3,2 bilhões.

Os leilões ocorreram em meio a protestos de estudantes e professores, que se manifestaram contra a privatização da educação pública. Durante uma das manifestações, a polícia utilizou gás lacrimogêneo para dispersar os alunos que protestavam em frente à Bolsa de Valores.

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