
Mulher é mantida em cárcere privado por cinco anos pelo marido no Paraná
Vítima de 23 anos relata agressões físicas e psicológicas durante o cativeiro; marido segue foragido.
Uma mulher de 23 anos, que prefere não ser identificada, foi mantida em cárcere privado por seu marido, Jean Machado Ribas, também de 23 anos, por cinco anos na zona rural de Itaperuçu, na região metropolitana de Curitiba, Paraná. O caso veio à tona após a vítima conseguir pedir ajuda e denunciar o agressor, que atualmente está foragido.
De acordo com informações divulgadas pelo programa Fantástico, a mulher e Jean se conheceram na adolescência e se casaram, tendo um filho de quatro anos. No entanto, a relação deteriorou-se ao longo dos anos, resultando em agressões físicas e psicológicas. A vítima relata que era proibida de sair sozinha e só podia ir a lugares acompanhada por ele, sendo que esses locais eram controlados pela família do agressor.
Jean monitorava a esposa por meio de câmeras de segurança instaladas na residência, vigiando-a remotamente enquanto trabalhava. O delegado Gabriel Fontana, da Polícia Civil do Paraná, afirmou que “ele exercia realmente um controle sobre a vida dela, sobre a liberdade dela, numa forma de violência psicológica”.


Em uma tentativa de escapar da situação, a mulher entregou um bilhete a um frentista em um posto de combustíveis, mas a polícia não conseguiu apurar a denúncia devido à falta de informações suficientes. No dia 7 de março, a vítima enviou um e-mail para a Casa da Mulher Brasileira, uma instituição que oferece apoio a mulheres em situação de violência, utilizando o celular do marido sem que ele percebesse.
Uma semana depois, em 14 de março, a polícia chegou à casa e prendeu Jean em flagrante. Em depoimento, ele negou as acusações, mas as autoridades encontraram evidências suficientes para incriminá-lo. Após ser liberado por falta de antecedentes criminais, o Ministério Público do Paraná solicitou sua prisão preventiva.
Atualmente, Jean Machado Ribas permanece foragido, e as investigações continuam. As penas contra ele podem chegar a até 17 anos de prisão, caso seja condenado pelos crimes de que é acusado.
Esse caso ressalta a importância de redes de apoio e a necessidade de denunciar situações de violência, uma vez que a vítima conseguiu romper o ciclo de abuso e buscar ajuda em um momento crítico de sua vida.
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