Ministro da Fazenda destaca fatores que podem influenciar a inflação, como a supersafra e a geopolítica.
24 de Março de 2025 às 19h20

Haddad prevê que inflação de 2025 pode surpreender positivamente com safra e câmbio

Ministro da Fazenda destaca fatores que podem influenciar a inflação, como a supersafra e a geopolítica.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta segunda-feira que a inflação em 2025 pode surpreender positivamente, impulsionada por uma supersafra, o comportamento do câmbio e a dinâmica geopolítica global. A declaração foi feita durante o evento "Rumos 2025", promovido pelo jornal Valor Econômico.

Segundo Haddad, a expectativa é que a inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), possa ser mais favorável do que as projeções atuais indicam. Ele ressaltou que a safra agrícola, que deve ser robusta, e as oscilações no mercado cambial podem oferecer um cenário mais otimista para a economia brasileira.

“Podemos nos surpreender positivamente com a inflação deste ano, em função de safra, câmbio e geopolítica”, disse o ministro, destacando que a acomodação do dólar no Brasil está em níveis “mais ou menos condizentes com nossos pares”.

Haddad também comentou sobre a recente elevação da taxa básica de juros pelo Banco Central, que agora está em 14,25% ao ano, a quinta alta consecutiva. Ele afirmou que, apesar das dificuldades, há “razão para otimismo” em relação à política monetária.

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O ministro observou que a evolução da taxa de juros até o final do ano é incerta, mas acredita que haverá uma margem de manobra maior do que a prevista. Ele mencionou que, ao final de 2023, havia uma expectativa de que o Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, começaria a reduzir as taxas de juros, o que não se concretizou, fortalecendo o dólar globalmente.

“Neste ano, o câmbio começa a se acomodar em um nível mais ou menos condizente com os dos nossos pares”, reiterou Haddad, enfatizando que o cenário econômico deve ser mais confortável em 2025 em comparação a 2024, do ponto de vista macroeconômico externo.

O Boletim Focus, divulgado pelo Banco Central, revelou que analistas reduziram as projeções para a inflação e o crescimento da economia brasileira. Para 2025, a expectativa é que o IPCA encerre o ano em 5,65%, uma leve queda em relação à previsão anterior de 5,66%.

Além disso, o Produto Interno Bruto (PIB) deve crescer 1,98%, abaixo da expansão de 1,99% projetada anteriormente. O centro da meta de inflação perseguida pelo Banco Central é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.

Haddad concluiu que, apesar das incertezas, a economia brasileira pode apresentar resultados melhores do que o esperado, dependendo de fatores internos e externos que influenciam a inflação e o crescimento.

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