
Haddad reafirma expectativa de crescimento do PIB acima de 2% após revisão do BC
Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, mantém previsão de crescimento do PIB em 2,3% mesmo após Banco Central revisar projeção para 1,9%
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quinta-feira, 27, que o governo brasileiro mantém sua expectativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2,3% para este ano. A declaração foi feita em resposta à revisão da projeção realizada pelo Banco Central (BC), que reduziu a expectativa de crescimento de 2,1% para 1,9% no Relatório de Política Monetária (RPM) divulgado na mesma data.
“Eu não vi o relatório, mas nós continuamos com a previsão de crescimento da economia brasileira na forma da lei orçamentária. Não revimos ainda o PIB, nós continuamos acreditando num crescimento acima de 2%”, disse Haddad, ressaltando que os cálculos econômicos são sempre estimativas sujeitas a variações.
O ministro destacou que tanto o Banco Central quanto a Secretaria de Política Econômica (SPE) têm liberdade para realizar suas projeções, mas enfatizou que as estimativas do governo têm se mostrado mais próximas da realidade econômica. “Eu penso que a Secretaria de Política Econômica tem feito um bom trabalho nos últimos dois anos, se aproximando mais fidedignamente das projeções do que foi realizado”, acrescentou.
A revisão do BC também reflete novas projeções para os setores agropecuário, de serviços e industrial, que foram ajustadas para baixo. O PIB agropecuário, por exemplo, teve sua expectativa elevada de 4% para 6,5%, enquanto o setor de serviços foi reduzido de 1,9% para 1,5% e o industrial de 2,4% para 2,2%.


Haddad também comentou sobre a meta de inflação, afirmando que o governo está comprometido em cumpri-la. O teto da inflação no Brasil, conforme definido pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual. No entanto, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) apresentou uma alta de 5,06% nos últimos 12 meses, superando o limite estabelecido.
O relatório do Banco Central indica que alcançar a meta de inflação em 2025 é um desafio, prevendo que a inflação só deve ficar dentro da margem tolerada no terceiro trimestre de 2027. “Nas projeções do cenário de referência, a inflação continua acima do limite do intervalo de tolerância ao longo de 2025, começando a cair a partir do quarto trimestre”, detalhou o documento.
Haddad ainda se posicionou sobre a recente declaração do presidente em exercício, Geraldo Alckmin, que sugeriu a retirada dos preços de alimentos e energia do cálculo da inflação. O ministro afirmou que tanto o Banco Central quanto o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) utilizam metodologias respeitáveis para suas análises, e que o BC já considera a volatilidade de certos preços em suas avaliações.
“Na verdade, o Banco Central avalia os núcleos de inflação, muitas vezes desconsiderando a volatilidade de determinados preços. A análise dos núcleos já leva em consideração efeitos sazonais e comportamentos em virtude de choques externos, como condições climáticas”, concluiu Haddad, reafirmando a importância de uma abordagem técnica para a definição das políticas monetárias.
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