Ministro da Fazenda anuncia que isenção do Imposto de Renda beneficiará quem ganha até R$ 5 mil mensais
17 de Março de 2025 às 22h06

Haddad estima que ampliação da isenção do IR custará R$ 27 bilhões anuais

Ministro da Fazenda anuncia que isenção do Imposto de Renda beneficiará quem ganha até R$ 5 mil mensais

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, revelou nesta segunda-feira (17) que a ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda (IR) para trabalhadores que recebem até R$ 5 mil terá um impacto significativo nas contas públicas, estimado em R$ 27 bilhões por ano. Essa medida visa beneficiar uma parcela da população que ganha mais de dois salários mínimos.

Durante uma coletiva de imprensa, Haddad destacou que, inicialmente, a previsão era de que a mudança custasse cerca de R$ 35 bilhões, mas após um recálculo, o valor foi ajustado. O ministro afirmou que a nova faixa de isenção será anunciada oficialmente na terça-feira (18), após reunião com os presidentes da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, e do Senado Federal, Davi Alcolumbre.

“Foi um recálculo porque este ano haverá uma correção no orçamento, devido ao aumento do salário mínimo. Portanto, a base sobre a qual será aplicada a correção do limite de isenção muda”, explicou Haddad.

O ministro também confirmou que não haverá alterações nos descontos do Imposto de Renda, mantendo a proposta do imposto mínimo, que foi anunciada pelo governo no final do ano passado, mas com algumas modificações solicitadas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

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“As alterações foram encomendadas pelo presidente Lula, que pediu para não mexer nos descontos e considerar também o CNPJ. Essas mudanças já estavam prontas há algumas semanas”, acrescentou Haddad.

Além disso, a equipe econômica do governo planeja compensar a perda de arrecadação com a nova isenção, propondo a taxação de rendimentos superiores a R$ 50 mil mensais, que corresponde a R$ 600 mil anuais. A alíquota deve aumentar progressivamente até atingir 10% para aqueles que ganham mais de R$ 1 milhão por ano.

As mudanças propostas ainda necessitam da aprovação do Congresso Nacional. A expectativa é que o governo também limite as isenções na área de saúde para quem recebe até R$ 20 mil por mês, embora essa informação ainda esteja em fase de confirmação.

Atualmente, a alíquota efetiva para os 1% mais ricos do Brasil é de 4,2%, enquanto os 0,01% mais ricos pagam apenas 1,75% de Imposto de Renda. Essas estatísticas refletem a necessidade de uma reforma tributária mais abrangente, que busque maior equidade na distribuição da carga tributária.

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