Bolsonaro atribui derrota a Lula a atitude de Carla Zambelli em 2022
Ex-presidente critica aliada por episódio que manchou sua imagem durante a eleição
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) responsabilizou a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) pela sua derrota nas eleições presidenciais de 2022. Durante uma participação no podcast Inteligência Ltda, na última segunda-feira (24), Bolsonaro relembrou o episódio em que Zambelli sacou uma arma e perseguiu um apoiador do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em São Paulo, na véspera do segundo turno.
“A Carla Zambelli tirou o mandato da gente. Ela tirou o mandato da gente”, afirmou Bolsonaro, ressaltando que a ação da deputada gerou uma imagem negativa que impactou sua popularidade e, consequentemente, sua votação. O ex-presidente acredita que a associação entre a atitude de Zambelli e sua defesa da ampliação do porte de armas influenciou a decisão dos eleitores.
A deputada enfrenta acusações de porte ilegal de arma e constrangimento ilegal, devido ao incidente. O Supremo Tribunal Federal (STF) já tem maioria para condená-la a cinco anos e três meses de prisão, com cinco ministros já votando a favor da pena. No entanto, o julgamento foi suspenso pelo ministro Nunes Marques, que pediu vista do processo.
Bolsonaro ainda comentou sobre a percepção dos eleitores após o episódio: “Aquela imagem, da forma como foi usada, a Carla Zambelli perseguindo o cara... teve gente falando: olha, o Bolsonaro defende o armamento. Mesmo quem não votou no Lula, anulou o voto. A gente perdeu. São Paulo estava bem, né?”, questionou o ex-presidente.
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que também participou da entrevista, corroborou a análise de Bolsonaro, afirmando que a candidatura estava com 20 pontos de vantagem em São Paulo antes do ocorrido.
A defesa de Zambelli, por sua vez, manifestou otimismo em relação ao pedido de vista do ministro Nunes Marques, esperando que ele e os demais ministros analisem o caso com atenção. “Esperamos que não prevaleça o voto condenatório proferido pelo Eminente Ministro Relator”, disseram seus advogados.
O episódio que culminou na condenação de Zambelli ocorreu em 29 de outubro de 2022, quando a deputada, armada, perseguiu um apoiador de Lula pelas ruas de São Paulo, um ato que foi amplamente criticado e que resultou em uma ação penal movida pela Procuradoria-Geral da República.
O STF, ao formar maioria para a condenação, destacou o “elevado grau de reprobabilidade” da conduta de Zambelli, conforme relatado pelo ministro Gilmar Mendes. A condenação inclui a cassação do mandato da deputada e a proibição do porte de armas.
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