Sebastião Coelho tentou invadir sessão da Primeira Turma do Supremo durante julgamento de denúncia contra Bolsonaro.
25 de Março de 2025 às 14h43

Desembargador aposentado Sebastião Coelho é detido após tumulto no STF

Sebastião Coelho tentou invadir sessão da Primeira Turma do Supremo durante julgamento de denúncia contra Bolsonaro.

O desembargador aposentado do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), Sebastião Coelho da Silva, foi detido nesta terça-feira (25) após tentar invadir a sessão da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF). O incidente ocorreu durante o julgamento da denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete aliados, acusados de tentarem um golpe de Estado.

Coelho, que já havia se envolvido em polêmicas anteriormente, foi barrado na entrada do plenário e começou a gritar palavras de ordem, como “arbitrários”, em frente à sala onde a sessão estava sendo realizada. Ele foi contido e retirado do local por seguranças do STF.

De acordo com a assessoria do tribunal, o desembargador foi retirado por não ter realizado o credenciamento prévio exigido para participar das sessões. “O desembargador Sebastião Coelho não se credenciou previamente para participar e havia orientação de credenciamento por parte de advogados”, informou a Corte.

O histórico de Coelho com a Suprema Corte não é recente. Em junho do ano passado, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) decidiu abrir um processo administrativo disciplinar contra ele devido a críticas dirigidas ao ministro Alexandre de Moraes.

Durante o tumulto, Coelho subiu ao terceiro andar do STF, onde ocorre a sessão, e interrompeu brevemente a leitura do relatório do ministro Alexandre de Moraes. Ele expressou sua indignação ao afirmar que havia “vários lugares vazios dentro daquele plenário”.

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Após a confusão, o desembargador foi detido pela Polícia Judicial do STF em flagrante por desacato e ofensas ao tribunal. O presidente do STF, ministro Luís Roberto Barroso, determinou a lavratura de um boletim de ocorrência e, em seguida, autorizou a liberação de Coelho.

Coelho, que atualmente atua como advogado, representa Filipe Martins, ex-assessor especial de Assuntos Internacionais do ex-presidente Bolsonaro. Martins é um dos denunciados pela PGR, embora seu julgamento não ocorra nesta terça-feira.

Insatisfeito com a situação, Coelho afirmou que se fosse para assistir à sessão por meio de um projetor, preferiria ver de casa. Ele também mencionou que pretende acionar a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) devido ao ocorrido.

A Primeira Turma do STF decidirá, em sessões programadas para hoje e amanhã (26), se o chamado “núcleo 1”, central para a organização do plano criminoso, deve ser transformado em réu. O processo envolve 34 pessoas denunciadas por estimular e realizar atos contra os Três Poderes e o Estado Democrático de Direito.

A denúncia da PGR destaca um plano de assassinato que visava matar o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o próprio Alexandre de Moraes, além de mencionar o apoio aos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023, que resultaram na depredação dos prédios dos três Poderes.

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