
Sóstenes Cavalcante solicita autorização para visitar Braga Netto na prisão
O líder do PL na Câmara pede permissão ao STF para encontro com o ex-ministro da Defesa detido desde dezembro
O deputado federal Sóstenes Cavalcante (RJ), líder do Partido Liberal (PL) na Câmara, formalizou um pedido ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes para visitar o general Walter Braga Netto, que se encontra preso desde 14 de dezembro do ano passado. Em sua solicitação, enviada na última segunda-feira, 24, Cavalcante destacou que ele e Braga Netto são “amigos íntimos há muitos anos”.
Braga Netto, ex-ministro da Defesa, está detido em um quartel da Vila Militar, no Rio de Janeiro, em decorrência de uma prisão preventiva decretada por Moraes, a pedido da Polícia Federal (PF). Ele é acusado de obstruir a justiça e de ter um papel ativo em uma tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.
Na solicitação, Cavalcante menciona a Lei de Execução Penal, que permite visitas de amigos e familiares a detentos. “Solicito, por meio deste, pedido de visita ao General da Reserva Sr. Walter Souza Braga Netto, recluso preventivamente na 1ª Divisão do Exército, subordinada ao Comando Militar do Leste, localizada na Vila Militar, zona oeste da cidade do Rio de Janeiro/RJ”, afirmou o deputado.


A Procuradoria-Geral da República (PGR) incluiu Braga Netto entre os denunciados por supostamente coordenar ações que visavam desestabilizar o governo. O general, que foi candidato a vice na chapa do ex-presidente Jair Bolsonaro, é acusado de incitar a tentativa de golpe e de ter financiado ações violentas contra membros das Forças Armadas que se opuseram à trama.
Na investigação, a PF concluiu que Braga Netto teria incentivado ataques a autoridades e, segundo os investigadores, ele teria apoiado a ação de oficiais das Forças Especiais do Exército, conhecidos como “kids pretos”, para assassinar figuras políticas.
Na terça-feira, 25, a Primeira Turma do STF deu início ao julgamento da denúncia contra Braga Netto, Bolsonaro e outros seis aliados do ex-presidente. Durante a sessão, preliminares apresentadas pelas defesas foram rejeitadas. O colegiado deve decidir nesta quarta-feira, 26, se os acusados se tornarão réus no processo relacionado à tentativa de ruptura democrática.
A defesa de Braga Netto, representada pelo advogado José Luis Oliveira, questionou a validade da delação do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência, e pediu a anulação do acordo. Oliveira alegou que Cid “mente e mente muito”, afirmando que a colaboração é inválida por não ter anuência do Ministério Público Federal.
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