Deputada federal alega ter agido em legítima defesa durante incidente em São Paulo e busca apoio dos ministros.
25 de Março de 2025 às 14h28

Carla Zambelli pede reconsideração ao STF após condenação por porte ilegal de arma

Deputada federal alega ter agido em legítima defesa durante incidente em São Paulo e busca apoio dos ministros.

BRASÍLIA - A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF) após a formação de maioria entre os ministros para condená-la por porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal. O julgamento, que ainda não foi concluído, teve um pedido de vista do ministro Kássio Nunes Marques, suspendendo a decisão final.

Em suas redes sociais, Zambelli enfatizou que o processo ainda está em andamento e pediu aos demais ministros que “reconsiderem” suas posições, buscando “garantir justiça”. A parlamentar alegou que sua defesa se baseia em ter agido em legítima defesa contra um agressor que a perseguiu em São Paulo, após o vazamento de seu telefone por membros da oposição, resultando em ameaças à sua vida e à de sua família.

O STF já havia manifestado sua intenção de condená-la, com a maioria dos ministros votando a favor da cassaçã o de seu mandato. A decisão final, no entanto, só poderá ser tomada após o trânsito em julgado do processo, ou seja, quando não houver mais possibilidade de recursos.

Na última segunda-feira (24 de março), o ministro Kássio Nunes Marques solicitou vistas do processo, o que adiou o julgamento. Apesar disso, os ministros Cristiano Zanin e Dias Toffoli anteciparam seus votos, alinhando-se ao relator Gilmar Mendes, que propôs uma pena de cinco anos e três meses de prisão.

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Até o momento, seis votos favoráveis à condenação foram registrados, com outros cinco ministros ainda a serem ouvidos. O julgamento ocorre em um plenário virtual, onde os ministros apenas registram seus votos, sem debate.

Ainda não há uma data definida para a retomada do julgamento. De acordo com o regimento interno do STF, Nunes Marques tem até 90 dias para devolver o processo, ou ele será automaticamente incluído novamente na pauta.

O incidente que levou à condenação de Zambelli ocorreu em 29 de outubro de 2022, quando a deputada perseguiu um homem que identificou como apoiador do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em via pública, portando uma pistola 9 mm. O episódio aconteceu na véspera do segundo turno das eleições presidenciais.

A parlamentar foi denunciada pela vice-procuradora-geral Lindôra Araújo em janeiro de 2023. Zambelli defende que sua ação foi uma resposta a uma agressão e não um ataque deliberado.

O desfecho deste caso poderá ter implicações significativas não apenas para a carreira política de Zambelli, mas também para a percepção pública sobre a atuação do Judiciário em casos envolvendo figuras políticas. A decisão do STF pode estabelecer precedentes para futuras situações semelhantes.

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