Ex-presidente defende liberdade para condenados e critica tratamento do STF durante manifestação em São Paulo
06 de Abril de 2025 às 21h06

Bolsonaro critica quem chama 8 de janeiro de golpe e pede anistia em ato na Paulista

Ex-presidente defende liberdade para condenados e critica tratamento do STF durante manifestação em São Paulo

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) proferiu um discurso contundente durante um ato na Avenida Paulista, em São Paulo, neste domingo, 6 de abril. O evento, que reuniu milhares de apoiadores, teve como objetivo principal a defesa da anistia para aqueles condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023, quando manifestantes invadiram a Praça dos Três Poderes.

Bolsonaro não poupou críticas a quem considera que o ocorrido em 8 de janeiro foi uma tentativa de golpe militar. “Só um psicopata pra falar que o que aconteceu em 8 de janeiro foi uma tentativa armada de golpe militar e condena essas pessoas”, afirmou, referindo-se àqueles que foram responsabilizados pelos eventos daquele dia.

O ex-presidente, que atualmente enfrenta a inelegibilidade, também se manifestou sobre as eleições de 2026, afirmando que sua ausência nas próximas eleições seria uma negação da democracia. “Eleições 2026 sem Jair Bolsonaro é negar a democracia, escancarar a ditadura no Brasil”, declarou.

Bolsonaro enfatizou a necessidade de anistia, alegando que muitos dos condenados são cidadãos de bem que nunca cometeram crimes violentos. “O golpe deles só não foi perfeito porque no dia 30 de dezembro de 2022 eu saí do Brasil. Se eu tivesse no Brasil, seria preso na noite de 8 de janeiro e estaria apodrecendo na cadeia ou teria sido assassinado”, completou.

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Durante o ato, o ex-presidente fez questão de mencionar casos específicos de condenados, como o vendedor de pipocas gourmet Carlos Eifler e o vendedor de picolés Otoniel Cruz, que enfrentaram condenações severas. Ele criticou a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de condená-los, afirmando que a situação é um exemplo de injustiça.

Bolsonaro também trouxe à tona o caso de Débora dos Santos, uma cabeleireira que ficou conhecida por escrever com batom “Perdeu, mané” na estátua da Justiça em Brasília. A ex-presidente expressou solidariedade à família de Débora, que ficou presa por dois anos e agora cumpre prisão domiciliar. “Não tenho adjetivo para qualificar quem condena uma mãe de dois filhos a uma pena tão absurda”, lamentou.

Além das críticas ao STF, Bolsonaro abordou as acusações que enfrenta, negando qualquer tentativa de golpe de Estado. “Quando falam do ‘sítio defesa’, que eu queria dar o golpe em cima disso, o primeiro movimento para o ‘sítio defesa’ é convocar conselhos, nem isso foi convocado”, disse, reforçando sua posição de inocência.

O ex-presidente também se dirigiu ao público em inglês, buscando chamar a atenção internacional para a situação dos condenados. “Um sorveteiro e um pipoqueiro dando golpe de Estado no Brasil”, ironizou, referindo-se aos casos que considera absurdos.

A manifestação foi organizada pelo pastor Silas Malafaia, que mobilizou os apoiadores em defesa do Projeto de Lei da Anistia, atualmente em tramitação na Câmara dos Deputados. A proposta visa conceder indulto aos condenados pelos eventos de 8 de janeiro, e o ato demonstrou o apoio contínuo de Bolsonaro entre seus seguidores.

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