A Comissão Federal de Comércio dos EUA acusa a Meta de práticas anticompetitivas em aquisições de aplicativos.
14 de Abril de 2025 às 08h37

Meta enfrenta processo que pode forçar Zuckerberg a vender Instagram e WhatsApp

A Comissão Federal de Comércio dos EUA acusa a Meta de práticas anticompetitivas em aquisições de aplicativos.

Um julgamento histórico contra a Meta, empresa controladora do Facebook, teve início nesta segunda-feira (14) nos Estados Unidos. A Comissão Federal de Comércio (FTC) alega que a gigante das redes sociais abusou de seu poder de mercado ao adquirir o Instagram em 2012 e o WhatsApp em 2014, com o objetivo de eliminar a concorrência e estabelecer um monopólio.

O tribunal federal em Washington, onde o caso está sendo julgado, é um cenário crucial para o futuro da Meta, que pode ser obrigada a se desfazer de suas aquisições se a FTC vencer. As alegações contra a empresa foram apresentadas inicialmente durante o governo do ex-presidente Donald Trump, e agora a expectativa é que o julgamento dure várias semanas.

Mark Zuckerberg, CEO da Meta e uma das pessoas mais ricas do mundo, tem buscado se aproximar da administração Trump, realizando visitas frequentes à Casa Branca na esperança de que um acordo amigável seja alcançado. No entanto, Andrew Ferguson, presidente da FTC, afirmou que seria surpreendente se isso acontecesse.

A defesa da Meta deve argumentar que a experiência dos usuários no Instagram melhorou após a aquisição e que a FTC, ao aprovar as compras na época, não tinha objeções. A FTC, por sua vez, sustenta que a Meta manteve um monopólio nos serviços de redes sociais pessoais, prejudicando os consumidores com um serviço de qualidade inferior, repleto de anúncios e mudanças frequentes.

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Um dos pontos centrais do julgamento será a definição do mercado em que a Meta opera. A FTC argumenta que Facebook e Instagram dominam o segmento de aplicativos que permitem a conexão entre amigos e familiares, excluindo concorrentes como TikTok e YouTube. A defesa da Meta refuta essa afirmação, alegando que seus aplicativos competem com diversas plataformas, incluindo serviços de propriedade chinesa.

Durante o julgamento, e-mails de Zuckerberg poderão ser apresentados como evidência. Em uma correspondência, ele descreveu a ascensão do Instagram como “realmente assustadora”, o que, segundo a FTC, demonstra sua intenção de neutralizar uma ameaça competitiva.

Além disso, o caso da Meta é um dos cinco processos antitruste movidos pelo governo dos EUA contra grandes empresas de tecnologia, incluindo Google, Apple e Amazon, que também enfrentam investigações e ações judiciais.

O juiz James Boasberg, responsável por presidir o julgamento, já sinalizou que a FTC enfrentará desafios significativos para provar suas alegações. A Meta, por sua vez, argumenta que suas aquisições foram fundamentais para o crescimento e a inovação das plataformas adquiridas.

O desfecho deste caso poderá ter repercussões significativas não apenas para a Meta, mas também para o setor de tecnologia como um todo, à medida que as autoridades buscam regular práticas anticompetitivas e garantir um mercado mais justo.

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