
Mark Zuckerberg admite em julgamento que comprou Instagram por sua câmara superior
Durante depoimento, CEO da Meta reforça alegações de estratégia anticompetitiva ao adquirir o Instagram em 2012
Mark Zuckerberg, CEO da Meta, fez uma declaração significativa durante um julgamento antitruste nos Estados Unidos, ao admitir que a aquisição do Instagram em 2012 se deu em parte por conta da superioridade de sua tecnologia de câmera em relação ao que sua própria empresa estava desenvolvendo na época. Essa revelação fortalece as alegações da Comissão Federal de Comércio (FTC) de que a Meta empregou uma estratégia de "comprar ou enterrar" para neutralizar potenciais concorrentes.
A declaração foi feita no segundo dia de depoimento de Zuckerberg, onde ele explicou que a Meta estava avaliando a possibilidade de criar um aplicativo de câmera, mas considerou que o Instagram já oferecia um produto melhor. "Estávamos fazendo uma análise de construção versus compra", afirmou Zuckerberg. "Achei que o Instagram era melhor nisso, por isso achei que seria melhor comprá-lo".
O julgamento, que busca reverter as aquisições do Instagram e do WhatsApp pela Meta, é visto como um teste das promessas do governo atual de enfrentar as grandes empresas de tecnologia. A FTC argumenta que a Meta utilizou sua posição dominante para eliminar a concorrência e manter um monopólio ilegal.
Zuckerberg também reconheceu que muitas das tentativas da Meta de desenvolver seus próprios aplicativos falharam. "Criar um novo aplicativo é difícil e, muitas vezes, quando tentamos, ele não ganha tração", disse ele ao tribunal. "Provavelmente tentamos criar dezenas de aplicativos ao longo da história da empresa, e a maioria deles não deu certo".


A defesa da Meta, por sua vez, argumenta que as declarações de Zuckerberg, incluindo um e-mail de 2008 em que ele afirmou que "é melhor comprar do que competir", são irrelevantes. A empresa contesta a definição de mercado da FTC, que, segundo eles, ignora a intensa concorrência de plataformas como TikTok, YouTube e o aplicativo de mensagens da Apple.
O depoimento de Zuckerberg ocorre em um contexto onde a FTC busca desmantelar as aquisições da Meta, alegando que essas transações foram realizadas para sufocar a inovação e impedir a competição. A Meta, no entanto, argumenta que as evidências mostram que a empresa enfrenta forte concorrência e que a FTC está mal orientada em sua abordagem.
O caso é emblemático da crescente pressão regulatória sobre as grandes empresas de tecnologia, que enfrentam um escrutínio maior sobre suas práticas de aquisição e estratégias de mercado. A FTC alega que a Meta mantém um monopólio nas plataformas de compartilhamento de conteúdo, enquanto a empresa defende que a competição é intensa e diversificada.
Com o desfecho desse julgamento, as implicações para a Meta podem ser significativas, uma vez que a FTC busca não apenas reverter as aquisições, mas também estabelecer precedentes que possam impactar o futuro das grandes empresas de tecnologia nos Estados Unidos.
Veja também: