Decisão judicial impede revogação de status legal de imigrantes cubanos, haitianos, nicaraguenses e venezuelanos nos EUA.
15 de Abril de 2025 às 10h37

Juíza bloqueia plano de Trump que afetaria 530 mil imigrantes da América Latina

Decisão judicial impede revogação de status legal de imigrantes cubanos, haitianos, nicaraguenses e venezuelanos nos EUA.

Uma juíza federal dos Estados Unidos, Indira Talwani, decidiu na última segunda-feira (14) que o governo de Donald Trump não pode revogar o status legal de aproximadamente 530 mil imigrantes provenientes de Cuba, Haiti, Nicarágua e Venezuela. Essa medida, que poderia ter entrado em vigor em 24 de abril, abriria caminho para a deportação em massa desses indivíduos, que atualmente são amparados por um programa de proteção estabelecido pelo governo do ex-presidente Joe Biden.

A decisão judicial foi uma resposta à tentativa de Trump de cancelar o status legal temporário concedido a esses imigrantes, que foram autorizados a entrar e trabalhar nos Estados Unidos após a aprovação de um programa de asilo em 2022. A juíza Talwani argumentou que a administração Trump utilizou uma interpretação equivocada da legislação de imigração ao tentar revogar as autorizações de trabalho e proteção legal de pessoas que já se encontram legalmente no país.

“Os migrantes seriam forçados a escolher entre duas opções prejudiciais: deixar o país por conta própria ou aguardar os procedimentos de remoção”, afirmou a juíza em sua decisão. A magistrada ressaltou que a revogação do status legal sem uma análise caso a caso seria uma violação dos direitos desses imigrantes.

Defensores dos direitos dos imigrantes celebraram a decisão como uma vitória significativa. Karen Tumlin, diretora do Justice Action Center, uma organização que defende os direitos dos imigrantes, declarou: “Essa decisão é uma vitória não apenas para nossos clientes, mas para todos que valorizam a liberdade de acolher.”

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O plano de Trump, anunciado em março, visava revogar o status legal de imigrantes que vêm de países com histórico de violações de direitos humanos. Caso a revogação tivesse sido implementada, os imigrantes teriam perdido suas proteções legais e estariam sujeitos a deportações em massa.

A Casa Branca não se manifestou imediatamente sobre a decisão judicial. No entanto, a juíza Talwani destacou que a administração Trump não poderia simplesmente ignorar as proteções legais estabelecidas anteriormente.

Além disso, a juíza também suspendeu a revogação do Status de Proteção Temporária (TPS) para venezuelanos, que estava em processo de cancelamento. Essa medida é vista como uma tentativa do governo Trump de encerrar as proteções legais para diversos grupos de imigrantes, incluindo aqueles que fugiram de crises humanitárias em seus países de origem.

O programa de proteção temporária foi inicialmente implementado por Biden para oferecer amparo a imigrantes que enfrentam situações de risco em seus países. A suspensão desse programa, conforme anunciado por Trump, teria afetado diretamente a vida de centenas de milhares de pessoas que buscam segurança e oportunidades nos Estados Unidos.

Trump, durante sua campanha eleitoral, prometeu deportar “milhões” de imigrantes sem documentos e, recentemente, utilizou a Lei do Inimigo Estrangeiro, de 1798, para justificar a expulsão de supostos membros de gangues, como a venezuelana 'Trem de Aragua', para prisões em El Salvador.

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