
EUA anunciarão revogação de vistos para estudantes chineses, afirma Marco Rubio
Medida visa estudantes com vínculos ao Partido Comunista Chinês e áreas críticas, segundo secretário de Estado americano.
O governo dos Estados Unidos, sob a liderança do secretário de Estado Marco Rubio, anunciou que começará a revogar vistos de estudantes chineses. A medida, divulgada na quarta-feira (28), atinge especialmente aqueles que possuem vínculos com o Partido Comunista Chinês e que estão matriculados em áreas consideradas "críticas".
No comunicado oficial, Rubio enfatizou que o Departamento de Estado trabalhará em conjunto com o Departamento de Segurança Interna para implementar essa política de forma agressiva. O objetivo é revisar os critérios de concessão de vistos, aumentando o rigor na análise de todos os futuros pedidos feitos por cidadãos da República Popular da China e de Hong Kong.
A decisão ocorre em um contexto de crescente tensão nas relações entre os EUA e a China, refletindo a estratégia do governo Trump de limitar a influência chinesa em instituições acadêmicas norte-americanas. As categorias de visto que serão impactadas incluem as designações "F", "M" e "J", que são utilizadas por estudantes internacionais.
Dados recentes indicam que aproximadamente 275 mil estudantes chineses estão atualmente estudando nos EUA, um número que caiu em relação ao pico de 370 mil em 2019. Essa diminuição é atribuída, em parte, ao aumento das tensões entre as duas potências e ao aumento da vigilância sobre os estudantes chineses.
A China, por sua vez, criticou a decisão, alegando que os EUA estão utilizando a ideologia e a segurança nacional como pretextos para prejudicar os direitos dos estudantes. A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning, declarou que Pequim se opõe firmemente à medida e pediu que os EUA adotem uma postura mais construtiva nas relações bilaterais.


Além da revogação de vistos, o governo americano também está revisando os critérios de concessão de vistos para aumentar a fiscalização sobre os viajantes da China e de Hong Kong. Essa mudança se alinha com a estratégia do governo Trump de endurecer as políticas de imigração e aumentar o controle sobre os estudantes estrangeiros.
As universidades americanas, que historicamente atraem estudantes internacionais, incluindo os da China, estão preocupadas com o impacto que essas medidas podem ter em suas operações. Instituições de ensino superior dependem significativamente das mensalidades pagas por alunos internacionais, que muitas vezes são mais altas do que as cobradas de estudantes locais.
O Departamento de Segurança Interna dos EUA já intensificou a fiscalização sobre as universidades e, na semana passada, anunciou a revogação da certificação que permitia à Universidade Harvard matricular estudantes estrangeiros. Essa decisão foi temporariamente bloqueada por uma juíza federal, mas ilustra as tensões entre o governo e as instituições acadêmicas.
O comunicado do Departamento de Estado não especificou quais áreas de estudo serão consideradas "críticas" e não esclareceu como as autoridades determinarão quais estudantes têm ligações com o Partido Comunista Chinês. Enquanto isso, as universidades continuam a se adaptar a um ambiente de crescente escrutínio e regulamentação.
A medida de revogação de vistos para estudantes chineses é parte de uma série de ações que refletem a postura do governo Trump em relação à China e seu compromisso em proteger o que considera serem os interesses nacionais dos EUA.
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