
Aprovação de Lula sobe a 50,2% após tarifas de Trump sobre produtos brasileiros
Pela primeira vez em 2025, a aprovação do governo Lula supera a desaprovação, impulsionada por tarifas americanas
A pesquisa AtlasIntel/Bloomberg, divulgada nesta quinta-feira (31), revela que a aprovação do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) alcançou 50,2%, superando pela primeira vez em 2025 a desaprovação, que ficou em 49,7%. Essa mudança significativa na avaliação popular ocorre em um contexto de tensões comerciais entre Brasil e Estados Unidos.
O levantamento, que ouviu 7.334 brasileiros entre os dias 25 e 28 de julho, mostra uma reversão em relação à pesquisa anterior, realizada em 13 de julho, quando a desaprovação era de 50,3% e a aprovação de 49,7%. A margem de erro da pesquisa é de 1 ponto percentual, com um nível de confiança de 95%.
Além da mudança na aprovação, a avaliação do governo Lula como “ruim ou péssimo” caiu para 48,2%, uma redução de 1,2 ponto percentual em comparação ao levantamento anterior. Por outro lado, a porcentagem de brasileiros que consideram a gestão como “boa ou ótima” subiu para 46,6%, um aumento de 3,2 pontos.
Uma possível explicação para esse aumento na aprovação pode estar relacionada ao anúncio recente do governo dos Estados Unidos de aplicar tarifas de 50% sobre produtos brasileiros. O presidente Donald Trump justificou essa medida citando questões legais envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que é réu em um processo no Supremo Tribunal Federal (STF), e decisões do ministro Alexandre de Moraes que afetam plataformas digitais.
O governo Lula reagiu de forma contundente, classificando as tarifas como um “atentado à soberania brasileira” e acusando a família Bolsonaro de traição à pátria por supostamente influenciar os EUA em busca de anistia para o ex-presidente. Bolsonaro, por sua vez, negou qualquer envolvimento direto com a implementação das tarifas, mas apoiou a medida.


A pesquisa também mostra uma melhora na imagem do presidente Lula, que passou de 47% de aprovação em junho para 51% em julho. Ao mesmo tempo, a avaliação negativa caiu de 53% para 48%. Em contraste, a imagem do ex-presidente Bolsonaro piorou, com a avaliação negativa subindo de 53% para 55%.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, mantém uma avaliação negativa de 51%, mas sua imagem positiva aumentou de 45% para 48%. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, apresenta uma avaliação positiva de 47% e negativa de 46%, enquanto é cotado para uma possível candidatura à presidência em 2026.
Os dados da pesquisa revelam que a maior aprovação do governo Lula se concentra entre os que têm renda familiar acima de R$ 10 mil, atingindo 60,2%. Em contrapartida, a desaprovação é mais acentuada entre aqueles que ganham entre R$ 2 mil e R$ 3 mil, com 56,4% de desaprovação.
Regiões do Brasil também mostram variações significativas na aprovação do presidente. O Nordeste é onde Lula tem a maior aprovação, com 66,1%, enquanto a Região Norte apresenta a maior desaprovação, com 70,3%.
Esses dados são parte do relatório “Latam Pulse”, que fornece informações mensais sobre a situação política, social e econômica do Brasil e de outros países da América Latina.
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