Ministro da Fazenda afirma que falta de agenda foi justificativa para o cancelamento do encontro
11 de Agosto de 2025 às 14h45

Haddad atribui cancelamento de reunião com secretário dos EUA a forças da “extrema-direita”

Ministro da Fazenda afirma que falta de agenda foi justificativa para o cancelamento do encontro

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou nesta segunda-feira, 11, que a reunião agendada com o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, foi cancelada. O encontro, que ocorreria na próxima quarta-feira, 13, por videoconferência, tinha como objetivo discutir a aplicação de uma tarifa de 50% sobre parte das exportações brasileiras para os EUA.

Haddad informou que recebeu um e-mail comunicando o cancelamento da reunião um ou dois dias após ter anunciado a sua realização à imprensa. “Agiram, junto a alguns assessores do presidente Trump, e a reunião com ele, que seria virtual na quarta-feira, foi desmarcada e não foi remarcada até agora”, declarou o ministro durante uma entrevista à GloboNews.

O ministro ainda ressaltou que a justificativa apresentada foi a falta de agenda, o que considerou uma situação “bem inusitada”. Ele destacou que a situação do Brasil é “completamente diferente” da de outros países, uma vez que existe uma força política interna que faz o que ele chamou de “uma espécie de ‘antidiplomacia’”.

Haddad comparou a situação do Brasil com a de outras nações, como Japão e Coreia do Sul, que conseguiram estabelecer diálogos para negociar tarifas. “O Brasil não tem tido o mesmo acesso”, afirmou.

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Durante a entrevista, o ministro também comentou sobre a declaração do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, do partido Republicanos, que mencionou a necessidade de uma ligação entre o presidente brasileiro e o presidente americano. Haddad considerou essa afirmação “no mínimo, um pouco ingênua”.

“Talvez seja uma pessoa que não tenha ainda o traquejo das relações internacionais. Não funciona assim”, acrescentou o ministro, enfatizando a importância de uma “preparação prévia” para que contatos entre chefes de Estado sejam estabelecidos de forma eficaz.

Haddad ressaltou que há uma “resistência em função da atuação de pseudo brasileiros em Washington”, referindo-se a pessoas que, segundo ele, têm influenciado negativamente as relações diplomáticas do Brasil com os Estados Unidos.

Para o ministro, a ideia de que um simples telefonema poderia resolver questões diplomáticas é equivocada. “Eu penso que o governador está sendo um pouco ingênuo de imaginar que esse telefonema é a chave de todas as portas. Não é”, completou.

Além disso, Haddad mencionou que os Estados Unidos estão mudando sua relação com o mundo, não se tratando apenas de questões ideológicas. Ele citou o exemplo da Índia para ilustrar a mudança de postura geopolítica global que está ocorrendo por parte dos americanos.

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