Decisão do Tribunal de Apelações de Roma rejeita pedido de prisão domiciliar e confirma legalidade da detenção da parlamentar.
19 de Agosto de 2025 às 18h01

Justiça italiana mantém prisão cautelar da deputada Carla Zambelli em Roma

Decisão do Tribunal de Apelações de Roma rejeita pedido de prisão domiciliar e confirma legalidade da detenção da parlamentar.

A Justiça italiana decidiu manter a prisão cautelar da deputada licenciada Carla Zambelli (PL-SP), após audiência realizada no Tribunal de Apelações de Roma. A decisão, que ocorreu no último dia 15, foi divulgada nesta terça-feira (19) pela Advocacia-Geral da União (AGU), que apresentou documentos e argumentos para respaldar a legalidade da detenção da parlamentar.

Carla Zambelli, condenada a dez anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por invasão de sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e falsidade ideológica, está detida na penitenciária feminina de Rebibbia, em Roma, desde julho. Após a condenação, a deputada deixou o Brasil, acreditando ter cidadania italiana e, portanto, estar a salvo da Justiça brasileira.

A defesa de Zambelli argumentou que a prisão cautelar deveria ser convertida em domiciliar, alegando a falta de condições adequadas de saúde para que a parlamentar aguardasse o processo de extradição no cárcere italiano. Além disso, os advogados questionaram a validade do mandado de prisão, afirmando que a Difusão Vermelha da Interpol não teria valor vinculante.

No entanto, a Corte italiana rejeitou essas alegações, afirmando que a prisão da deputada foi correta, pois ocorreu em cumprimento a um mandado emitido pelo STF, que posteriormente resultou na Difusão Vermelha da Interpol. Segundo a AGU, a Difusão Vermelha é considerada um pedido internacional de prisão provisória, conforme tratados de extradição entre Brasil e Itália.

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A Justiça italiana também reconheceu a validade dos documentos apresentados pelo Brasil, que comprovam que as autoridades brasileiras solicitaram a localização e prisão de Zambelli conforme os procedimentos legais italianos.

Um dos pontos ainda em aberto é a alegação da defesa sobre as condições de saúde da deputada. Para avaliar essa questão, foi determinada a realização de uma perícia médica, cujos resultados serão discutidos em uma nova audiência marcada para o dia 27 de agosto. Nessa audiência, o tribunal decidirá se Zambelli continuará em prisão cautelar ou se poderá ser transferida para regime domiciliar por motivos médicos.

O caso de Carla Zambelli gerou repercussão significativa no Brasil e no exterior, especialmente por envolver uma parlamentar e questões de extradição. A deputada, que se tornou uma figura polêmica por suas ações, agora enfrenta a possibilidade de ser extraditada para o Brasil, onde aguarda o cumprimento de sua pena.

O STF, após a condenação, determinou que o governo brasileiro solicitasse a extradição da parlamentar. Zambelli, que já havia passado pelos Estados Unidos antes de chegar à Itália, alega perseguição política e busca asilo, enquanto as autoridades brasileiras sustentam que os crimes cometidos não se enquadram como políticos.

A situação de Zambelli é um exemplo das complexidades que envolvem a cooperação internacional em casos de extradição, especialmente quando há questões de cidadania e alegações de perseguição política. A audiência do dia 27 será crucial para definir os próximos passos no processo judicial da deputada.

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