O presidente dos EUA, Donald Trump, confirmou que autorizou a CIA a realizar operações secretas na Venezuela, visando o tráfico de drogas.
16 de Outubro de 2025 às 10h47

Trump confirma autorização de operações da CIA na Venezuela e considera ataques terrestres

O presidente dos EUA, Donald Trump, confirmou que autorizou a CIA a realizar operações secretas na Venezuela, visando o tráfico de drogas.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, confirmou na quarta-feira (15) que autorizou a Agência Central de Inteligência (CIA) a realizar operações secretas na Venezuela. Esta declaração marca uma escalada nas tensões entre Washington e Caracas, especialmente em meio a alegações de que o governo venezuelano estaria envolvido em atividades de tráfico de drogas.

Trump afirmou que a decisão foi motivada pela crescente preocupação com o fluxo de drogas e criminosos que chegam aos Estados Unidos vindos da Venezuela. “Autorizei por duas razões, realmente. Número um, eles esvaziaram suas prisões para os Estados Unidos da América”, disse o presidente durante uma coletiva de imprensa na Casa Branca. “E a outra razão são as drogas, temos muitas drogas entrando da Venezuela”, acrescentou.

Nos últimos meses, a Marinha dos EUA intensificou suas operações no Caribe, realizando ataques a barcos que, segundo alegações, estariam transportando drogas. Desde setembro, cinco embarcações foram atingidas, resultando na morte de pelo menos 27 pessoas. Trump indicou que a administração está considerando também a possibilidade de realizar ataques em terra, afirmando que “estamos olhando para a terra agora, porque temos o mar muito bem controlado”.

A reação do governo venezuelano não tardou a chegar. O Ministério das Relações Exteriores da Venezuela classificou as declarações de Trump como uma “grave violação do direito internacional” e uma tentativa de legitimar uma operação de mudança de regime. “Esta declaração sem precedentes constitui uma grave violação do direito internacional e da Carta das Nações Unidas”, afirmou o ministério em comunicado.

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O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, reagiu com veemência, denunciando os ataques como “golpes de Estado orquestrados pela CIA”. Ele pediu a mobilização das forças armadas e a realização de exercícios militares em resposta à crescente presença militar dos EUA na região. “Não à guerra no Caribe, não à mudança de regime”, disse Maduro em um discurso transmitido pela televisão.

Trump, ao ser questionado se havia dado à CIA autorização para “eliminar” Maduro, respondeu que era uma “pergunta ridícula”. Contudo, ele não descartou a possibilidade de ações mais agressivas contra o governo venezuelano, reforçando a narrativa de que a Venezuela representa uma ameaça à segurança dos EUA.

As tensões entre os dois países se intensificaram nas últimas semanas, com Maduro acusando os EUA de usar o tráfico de drogas como pretexto para justificar intervenções militares. “Estamos observando com extrema preocupação o uso da CIA, assim como os destacamentos militares anunciados no Caribe, que configuram uma política de agressão contra a Venezuela”, concluiu o ministério venezuelano.

O cenário atual levanta preocupações sobre as implicações de uma escalada militar na região, especialmente considerando o histórico de intervenções dos EUA na América Latina. A comunidade internacional observa atentamente os desdobramentos, enquanto a Venezuela se prepara para responder a qualquer ação militar que possa ser considerada uma agressão.

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