
Israel retoma bombardeios em Gaza após acusações de violação de cessar-fogo
O Exército israelense lançou ataques aéreos em Rafah, no sul da Faixa de Gaza, em resposta a supostas agressões do Hamas.
O Exército de Israel intensificou os bombardeios na Faixa de Gaza neste domingo (19), após acusar o movimento Hamas de violar o cessar-fogo estabelecido em 10 de outubro. Os ataques aéreos foram direcionados à cidade de Rafah, localizada no sul do território palestino, onde são relatados confrontos entre forças israelenses e militantes do Hamas.
De acordo com informações de testemunhas locais, os aviões de combate israelenses realizaram pelo menos dois ataques aéreos na região, em resposta a um suposto ataque do Hamas que teria envolvido disparos contra tropas israelenses. O governo de Israel ainda não confirmou oficialmente os bombardeios, mas o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu ordenou uma “forte retaliação” após o incidente.
O Hamas, por sua vez, negou as acusações de que teria atacado as forças israelenses e afirmou que não tinha conhecimento de qualquer confronto na área de Rafah. Em um comunicado, o grupo islamista reafirmou seu compromisso com o cessar-fogo, embora tenha denunciado várias violações por parte de Israel desde a implementação da trégua.
As Forças de Defesa de Israel (FDI) alegaram que os ataques aéreos foram uma resposta a um disparo de mísseis antitanque e tiros direcionados a suas tropas. Em nota, o Exército declarou que as ações visavam eliminar ameaças imediatas e desmantelar estruturas militares utilizadas para atividades terroristas.
Desde a implementação do cessar-fogo, a situação na Faixa de Gaza permanece tensa, com relatos de várias violações por ambas as partes. O Hamas, que controla a região, afirmou que Israel cometeu 47 violações do acordo, resultando em mortes de civis palestinos.


Além disso, a disputa pela devolução de corpos de reféns mortos continua a ser um ponto de discórdia. Israel exige que o Hamas entregue os restos de 28 reféns ainda desaparecidos, enquanto o grupo afirma ter devolvido todos os reféns vivos e os corpos de outros 12, mas alega que a recuperação dos corpos sob os escombros requer equipamentos especializados.
Netanyahu anunciou o fechamento temporário da passagem de Rafah, a principal entrada de ajuda humanitária para a Faixa de Gaza, condicionando sua reabertura à entrega dos corpos dos reféns. O fechamento da passagem, que já estava em grande parte fechado desde maio de 2024, agrava ainda mais a crise humanitária na região.
A escalada recente de violência representa uma ameaça significativa ao frágil cessar-fogo, que foi mediado por autoridades internacionais, incluindo os Estados Unidos. O acordo visava não apenas a redução das hostilidades, mas também o retorno dos reféns a Israel, em meio a um cenário de crescente tensão e desconfiança entre os dois lados.
O governo israelense enfrenta pressões internas para retomar as operações militares em Gaza, com líderes de partidos sionistas exigindo uma resposta mais contundente às ações do Hamas. O ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir, pediu a retomada total da ofensiva militar, afirmando que a confiança em um cessar-fogo duradouro é perigosa para a segurança de Israel.
Enquanto isso, a comunidade internacional observa atentamente os desdobramentos, temendo que a nova onda de violência possa comprometer os esforços para uma paz duradoura na região. A situação continua a ser monitorada, com apelos por diálogo e negociações para evitar um agravamento do conflito.
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