
De olho na eleição, Lula nomeia Boulos como novo ministro da Secretaria-Geral
Decisão de Lula visa fortalecer a mobilização da esquerda e se preparar para as eleições de 2026.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou na última segunda-feira (20) a nomeação do deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) como o novo ministro da Secretaria-Geral da Presidência. A escolha é vista como uma estratégia para fortalecer a mobilização da base de esquerda, especialmente em um momento em que o governo se prepara para as eleições de 2026.
A decisão de substituir Márcio Macedo, que ocupava o cargo desde o início do terceiro mandato de Lula, foi comunicada durante uma reunião no Palácio do Planalto. O novo ministro, que é uma figura proeminente no Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), deverá focar na articulação política entre o governo e os movimentos sociais, uma função central da pasta.
Antes da oficialização de sua nomeação, Boulos participou de um evento em que Lula anunciou a liberação de R$ 40 bilhões para o programa Reforma Casa Brasil, que visa a reforma de residências populares. O deputado foi um dos responsáveis pela concepção deste projeto, que se inspira em compromissos de sua campanha à Prefeitura de São Paulo em 2024.
A mudança na Secretaria-Geral é interpretada como uma tentativa de Lula de afinar a interlocução do governo com os movimentos sociais, especialmente após críticas ao desempenho de Macedo em eventos recentes. A expectativa é que Boulos, com seu perfil enérgico e polêmico, consiga mobilizar a militância e aproximar o governo do eleitorado jovem.


Contudo, Boulos enfrenta desafios significativos, incluindo a necessidade de estabelecer um diálogo mais próximo com outros movimentos sociais, como o MST, que possuem uma base mais ampla. Além disso, a sua nomeação ocorre em um contexto em que o PSOL, partido ao qual pertence, possui quadros que defendem uma postura mais independente em relação ao governo.
O novo ministro terá cerca de um ano para demonstrar resultados antes das eleições de 2026. Por ter aceitado a Secretaria, Boulos deverá abrir mão da reeleição como deputado federal, ao contrário de outros ministros que podem deixar seus postos para concorrer a cargos.
A nomeação de Boulos é a sétima mudança na Esplanada desde o início do ano, refletindo a dinâmica política do governo Lula e a necessidade de ajustar a equipe para enfrentar os desafios que se aproximam no cenário eleitoral. Com a saída de Macedo, que foi criticado em várias ocasiões por Lula, o governo busca uma nova abordagem na relação com os movimentos sociais.
Com a nova posição, Boulos se torna uma figura chave na articulação política do governo, e sua atuação será observada de perto, especialmente em um período em que a mobilização social é crucial para a base de apoio do presidente.
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