
Lula adia escolha de novo ministro do STF após reunião com Alcolumbre sobre Pacheco
Presidente e chefe do Senado discutem indicações; Jorge Messias é o favorito de Lula para a vaga
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) adiou a indicação do novo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) após um encontro com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), realizado na noite de segunda-feira (20). Durante a reunião no Palácio da Alvorada, Alcolumbre manifestou sua preferência pelo nome do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) para ocupar a vaga deixada por Luís Roberto Barroso, que se aposentou recentemente.
De acordo com Jaques Wagner (PT-BA), líder do governo no Senado, Lula está “com a convicção firmada” na escolha de Jorge Messias, atual advogado-geral da União, para o cargo. No entanto, o presidente decidiu adiar a formalização da indicação até seu retorno de uma viagem à Ásia, prevista para o dia 28.
O encontro entre Lula e Alcolumbre foi descrito como uma tentativa de articular a indicação de Pacheco, que conta com o apoio de diversos senadores e ministros do STF, incluindo Gilmar Mendes e Flávio Dino. Apesar disso, Lula reafirmou que a decisão final sobre a indicação ao STF é de sua responsabilidade e que não aceitará sugestões externas.
Wagner comentou que a intenção de Alcolumbre era apenas defender seu aliado, Pacheco, e que o presidente Lula está convencido de que Messias é o melhor candidato para a vaga. “Ele [Alcolumbre] foi defender o nome do Pacheco. Se o presidente disse para ele que já escolheu, ou não, um nome, eu não sei. Mas acho que ele [Lula] está com a convicção firmada no Messias”, afirmou Wagner.


O adiamento da indicação também se deve à necessidade de Lula conversar com Pacheco antes de formalizar qualquer decisão. O senador mineiro, que já ocupou a presidência do Senado, expressou sua honra ao receber apoio de colegas para sua indicação, mas ressaltou que respeita a decisão que Lula tomar.
Enquanto isso, aliados de Lula observam que o presidente está determinado a seguir com sua escolha por Messias, com quem desenvolveu uma relação próxima durante seu terceiro mandato. A indicação deve ser anunciada assim que Lula retornar da Ásia, e a expectativa é que o processo de aprovação no Senado ocorra de maneira rápida.
Além disso, Alcolumbre tem se mostrado um aliado importante para o governo, conseguindo avanços em outras pautas, como a autorização para que a Petrobras inicie a exploração de petróleo na Margem Equatorial, que abrange a costa do Amapá até o Rio Grande do Norte.
O governo também está atento às movimentações políticas em Minas Gerais, onde Pacheco é visto como um candidato forte para o governo nas próximas eleições. No entanto, a filiação do vice-governador Mateus Simões ao PSD pode complicar os planos de Pacheco para a disputa.
A indicação de Lula para o STF ainda precisa passar pela aprovação da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado e do plenário da Casa. Interlocutores do presidente acreditam que Alcolumbre não adotará os mesmos métodos de obstrução que utilizou no passado durante o governo anterior.
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