Navio de guerra dos EUA chega a Trinidad e Tobago em meio a tensões com a Venezuela
USS Gravely ficará em Port of Spain até quinta-feira para treinamento com forças locais.
Um navio de guerra dos Estados Unidos, o USS Gravely, chegou neste domingo (26) a Trinidad e Tobago, um arquipélago localizado em frente à Venezuela. A chegada ocorre em um momento de crescente tensão entre o governo americano e o regime de Nicolás Maduro, com o presidente Donald Trump intensificando suas pressões sobre o líder venezuelano.
A presença do destróier foi anunciada na última quinta-feira pelo governo de Trinidad e Tobago, que tem uma população de aproximadamente 1,4 milhão de habitantes. O navio ficará atracado na capital, Port of Spain, até a próxima quinta-feira, período durante o qual uma unidade de fuzileiros navais americanos realizará um treinamento conjunto com as forças de defesa do país caribenho.
“Há uma boa razão para trazerem seu navio de guerra para cá. É para ajudar a limpar os problemas de drogas que estão no território venezuelano”, afirmou Lisa, uma moradora local de 52 anos que preferiu não revelar seu sobrenome. Ela acrescentou que “é por uma boa causa, muitas pessoas serão libertadas da opressão e do crime”.
A primeira-ministra de Trinidad e Tobago, Kamla Persad-Bissessar, é uma forte apoiadora de Trump e, desde sua posse em maio de 2025, adotou um discurso enérgico contra a imigração e a criminalidade venezuelana em seu país. O governo de Caracas, por sua vez, acusa a administração trinitária de servir aos interesses de Washington.
A chegada do USS Gravely se insere em um contexto mais amplo de operações militares americanas na região, que já resultaram em ataques a embarcações suspeitas de envolvimento com o narcotráfico em águas próximas à Venezuela e à Colômbia. Nos últimos meses, os Estados Unidos confirmaram pelo menos dez ataques a barcos supostamente utilizados por traficantes, resultando em várias mortes.
Recentemente, Trump considerou a possibilidade de realizar operações terrestres na Venezuela como parte de uma estratégia para combater o narcotráfico e pressionar o regime de Maduro. Em declarações durante um voo para a Ásia, o presidente afirmou que os EUA estão “impedindo praticamente toda a entrada de drogas por mar” e que em breve também impedirão a entrada por terra.
Além disso, a administração americana autorizou a CIA a conduzir operações secretas na Venezuela, o que intensifica ainda mais as tensões entre os dois países. Maduro, por sua vez, condenou as ações dos EUA, caracterizando-as como tentativas de golpe de Estado.
O USS Gravely, que é um destróier lançador de mísseis, representa uma das várias embarcações que os EUA têm deslocado para a região, como parte de um esforço para demonstrar força militar e combater o narcotráfico. O governo americano não especificou oficialmente quando o porta-aviões USS Gerald Ford, considerado o mais poderoso do mundo, se juntará à operação no Caribe.
As movimentações militares dos EUA na região têm gerado preocupações sobre uma possível escalada de conflitos, especialmente considerando a história de tensões entre Washington e Caracas. A situação continua a evoluir, com a comunidade internacional observando atentamente os desdobramentos.
Veja também: