Forças Armadas do país caribenho são convocadas a retornar aos quartéis em meio a tensões regionais.
01 de Novembro de 2025 às 12h32

Trinidad e Tobago coloca Exército em alerta geral devido à crise entre EUA e Venezuela

Forças Armadas do país caribenho são convocadas a retornar aos quartéis em meio a tensões regionais.

Trinidad e Tobago anunciou nesta sexta-feira (31) que suas Forças Armadas estão em "alerta geral" e convocou as tropas a retornarem aos quartéis. A decisão foi comunicada em uma mensagem das Forças de Defesa de Trinidad e Tobago (TTDF), em meio à crescente tensão entre os Estados Unidos e a Venezuela, que se intensificou com a mobilização militar americana na região do Caribe.

A medida foi tomada após o envio de um navio de guerra dos EUA para o Caribe, parte de uma operação que Washington justifica como uma ação contra o narcotráfico. Entretanto, o governo da Venezuela, liderado pelo presidente Nicolás Maduro, considera essa presença militar uma "ameaça" e parte de um plano para uma "mudança de regime".

“Alerta máximo: com efeito imediato, as Forças de Defesa de Trinidad e Tobago estão em NÍVEL DE ALERTA UM. Todos os membros devem se apresentar em suas respectivas bases”, diz o comunicado enviado aos oficiais. Além disso, a polícia local cancelou todas as licenças e folgas, reforçando a mobilização das forças de segurança.

Desde agosto, os Estados Unidos têm conduzido uma operação antidrogas no Caribe e no Pacífico, que resultou em pelo menos 62 mortes em ataques contra embarcações suspeitas de tráfico de drogas. A legalidade dessas ações tem sido questionada por diversos países e especialistas, que levantam preocupações sobre a violação de normas internacionais.

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O presidente Donald Trump, em resposta a rumores sobre uma possível ofensiva militar contra a Venezuela, afirmou que não planeja atacar o país sul-americano. Essa declaração contrasta com reportagens que sugerem que a Casa Branca estaria considerando ações militares contra alvos venezuelanos.

O governo de Trinidad e Tobago, que se encontra a apenas 12 km da costa venezuelana, está em contato ativo com a Embaixada dos Estados Unidos em Porto de Espanha. O governo local pediu calma à população, assegurando que não há motivos para preocupação.

As tensões na região aumentaram após a realização de exercícios militares conjuntos entre Trinidad e Tobago e os EUA, que foram vistos por Caracas como uma provocação militar. A Venezuela, por sua vez, tem reiterado que as ações dos Estados Unidos visam desestabilizar seu governo e se apropriar de suas riquezas naturais.

Os cidadãos de Trinidad e Tobago reagiram com preocupação ao alerta geral, levando muitos a correrem para supermercados e postos de gasolina em busca de suprimentos. O clima de incerteza gerou um aumento na demanda por alimentos e combustíveis, refletindo o temor da população diante da escalada de tensões no Caribe.

O governo caribenho busca garantir a segurança de seus cidadãos enquanto navega por um cenário complexo, marcado por pressões externas e a necessidade de manter a ordem interna. A situação continua a evoluir, com os desdobramentos da crise entre EUA e Venezuela impactando diretamente a estabilidade da região.

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