Megaoperação no Rio de Janeiro é destaque na imprensa internacional como 'cenário de guerra'
Ação policial contra o Comando Vermelho resulta em 64 mortes e 81 prisões, repercutindo mundialmente.
A megaoperação policial realizada nesta terça-feira, 28 de outubro, nos complexos do Alemão e da Penha, na Zona Norte do Rio de Janeiro, gerou intensa repercussão na imprensa internacional. Classificada como a mais letal da história do estado, a operação resultou em pelo menos 64 mortes, incluindo quatro policiais, e 81 prisões, segundo informações das autoridades locais.
A ação, que envolveu cerca de 2.500 agentes das polícias Civil e Militar, tinha como objetivo cumprir 100 mandados de prisão contra integrantes do Comando Vermelho (CV), uma das facções criminosas mais poderosas do Brasil. O CV retaliou com tiros e barricadas, criando um cenário de guerra nas favelas.
O jornal britânico The Guardian destacou que o Rio de Janeiro viveu um dos dias mais violentos de sua história. A publicação classificou a operação como um enfrentamento ao que o governador Cláudio Castro chamou de “narcoterrorismo”. A situação foi descrita como um “estado de guerra”, com a cidade em alerta máximo.
Veículos de comunicação de diversos países, como Argentina, Espanha e França, também relataram os eventos. O argentino Clarín usou a expressão “cenas de guerra” para descrever os confrontos, enquanto o espanhol El País ressaltou a letalidade da operação, que resultou em um número recorde de mortos.
A operação ocorreu em um contexto de crescente violência no Rio de Janeiro, que frequentemente se torna o foco de operações policiais em grandes eventos. A Reuters observou que a ação acontece poucos dias antes da cidade sediar a COP30, cúpula climática da ONU, o que aumenta a pressão sobre as autoridades para conter a violência.
Os relatos da imprensa internacional também mencionaram a utilização de drones pelos criminosos para atacar as forças de segurança. O jornal português Público destacou essa inovação tecnológica no combate, enquanto a rádio francesa RFI trouxe dados sobre a escalada da violência na cidade.
Além das mortes, a operação deixou um rastro de destruição, com veículos incendiados e barricadas erguidas pelos traficantes. A situação se agravou com a mobilização de um grande efetivo policial, que incluiu helicópteros e veículos blindados, para enfrentar a resistência dos criminosos.
Entre os detidos estão líderes do Comando Vermelho, como Thiago do Nascimento Mendes, conhecido como “Belão do Quitungo”, e Nicolas Fernandes Soares, apontado como operador financeiro do grupo. As autoridades fluminenses continuam a investigar a situação e a responder às consequências da operação.
A repercussão internacional da megaoperação reflete a preocupação global com a violência no Brasil e a necessidade de medidas eficazes para combater o crime organizado. A situação no Rio de Janeiro permanece tensa, com a população em estado de alerta e as autoridades enfrentando desafios significativos no combate à criminalidade.
Veja também: