Desmatamento na Amazônia e Cerrado cai 11% e atinge menor taxa em 11 anos
Dados do Inpe mostram que desmatamento na Amazônia e Cerrado segue em queda, com impactos positivos para o meio ambiente.
A duas semanas da Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática (COP30), que será realizada em Belém, o governo brasileiro anunciou nesta quinta-feira (30) que o desmatamento na Amazônia caiu 11,08%, totalizando 5.796 km² entre agosto de 2024 e julho de 2025. No Cerrado, a redução foi de 11,49%, com 7.235 km² de área desmatada.
Os dados foram divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e representam o quarto ano consecutivo de queda no desmatamento na Amazônia, além de ser a menor taxa registrada em 11 anos. O Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (Prodes) é o principal indicador oficial do país e fornece essas informações.
Durante o período analisado, 60% da área desmatada na Amazônia foi resultado de degradação progressiva, equivalente a 3.593 km², enquanto 38% se referem ao corte raso, que totalizou 2.203 km². O Pará foi o estado que mais contribuiu para a redução do desmatamento, com uma diminuição de 12,40% na área desmatada. Em contrapartida, o Mato Grosso, um importante polo do agronegócio brasileiro, registrou um aumento de 25,05% na área desmatada.
No Cerrado, o Maranhão se destacou com uma redução de 19% na área desmatada, contribuindo significativamente para a queda geral dos índices de desmatamento. Apesar dos avanços, especialistas alertam que a desaceleração na redução do desmatamento exige um reforço nas ações de fiscalização e investimentos sustentáveis.
A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, destacou a importância dos dados para o compromisso do governo com a agenda ambiental, que visa zerar o desmatamento até 2030. “A redução do desmatamento na Amazônia pelo terceiro ano consecutivo é a confirmação de que a agenda ambiental é prioritária”, afirmou.
Além disso, a ministra ressaltou que o Brasil deve contribuir para o enfrentamento das mudanças climáticas em nível global, beneficiando diretamente a vida dos brasileiros que já enfrentam os impactos do aquecimento global.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que assumiu o cargo em 2023, prometeu acabar com o desmatamento no Brasil até 2030. O governo vê a redução do desmatamento como um trunfo nas negociações internacionais, especialmente na COP30, que será a primeira realizada em uma cidade amazônica.
O Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF) será lançado durante a conferência, visando compensar os países com alta cobertura florestal que mantiverem suas árvores em pé. No entanto, o Brasil enfrenta críticas por avançar com planos de exploração de petróleo na foz do rio Amazonas, o que pode comprometer sua imagem como líder na luta contra as mudanças climáticas.
Os dados positivos sobre a redução do desmatamento são um reflexo das políticas de combate à destruição florestal, mas também evidenciam a necessidade de um compromisso contínuo por parte do setor privado e da sociedade civil para garantir a proteção dos biomas brasileiros.
Com a COP30 se aproximando, as expectativas são altas para que o Brasil apresente resultados concretos e compromissos robustos em relação à preservação ambiental e ao desenvolvimento sustentável.
Veja também: