Setor público registra déficit de R$ 17,5 bilhões em setembro e dívida atinge 78,1% do PIB
Dados do Banco Central mostram piora nas contas públicas em relação ao ano anterior
As contas do setor público consolidado do Brasil apresentaram um déficit primário de R$ 17,5 bilhões em setembro de 2025, conforme divulgado pelo Banco Central (BC) nesta sexta-feira (31). Este resultado representa uma deterioração em relação ao mesmo mês do ano anterior, quando o saldo negativo foi de R$ 7,3 bilhões.
O déficit primário ocorre quando as despesas do governo superam suas receitas, sem considerar os pagamentos de juros da dívida pública. O resultado abrange o governo federal, estados, municípios e empresas estatais.
De acordo com o BC, o desempenho das contas em setembro deste ano foi o pior desde 2023, quando o déficit registrado foi de R$ 18,1 bilhões. Os números não foram ajustados pela inflação.
- O governo federal teve um saldo negativo de R$ 15 bilhões;
- Estados e municípios apresentaram um déficit de R$ 3,5 bilhões;
- As empresas estatais, por outro lado, registraram um superávit de R$ 996 milhões.
No acumulado dos últimos 12 meses, o déficit primário totalizou R$ 33,2 bilhões, equivalente a 0,27% do PIB, uma piora em relação aos 0,19% do PIB registrados até agosto.
Além do déficit primário, o governo também precisa arcar com os juros da dívida pública, que somaram R$ 84,7 bilhões em setembro, um aumento significativo em comparação aos R$ 46,4 bilhões pagos no mesmo mês de 2024. Esse aumento é atribuído à alta da taxa Selic, ao maior endividamento e à piora no resultado das operações de câmbio.
Ao considerar tanto o resultado primário quanto os juros da dívida, o déficit nominal alcançou R$ 102,2 bilhões em setembro. No acumulado em 12 meses, o rombo totalizou R$ 1,018 trilhão, representando 8,16% do PIB.
A dívida líquida do setor público, que desconta os ativos do governo, subiu para 64,8% do PIB, totalizando R$ 8,1 trilhões, em comparação aos 64,2% registrados em agosto. A dívida bruta, que considera todo o endividamento sem descontar ativos, atingiu 78,1% do PIB, ou R$ 9,7 trilhões, também em alta em relação ao mês anterior.
Esse aumento na dívida bruta foi impulsionado pelos juros, pelas emissões líquidas de títulos e pela valorização do dólar em relação ao real. A dívida bruta é um indicador crucial para investidores, pois reflete a capacidade do país de controlar suas contas públicas.
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