EUA realizam novo ataque no Caribe e matam três pessoas em embarcação suspeita
Ataque foi confirmado pelo secretário de Defesa, Pete Hegseth, elevando total de mortos para 65 em operações na região.
Os Estados Unidos realizaram um novo ataque aéreo contra uma embarcação no Mar do Caribe, resultando na morte de três pessoas. O anúncio foi feito pelo secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, na madrugada deste domingo (2).
Segundo Hegseth, a embarcação estava supostamente envolvida no tráfico de drogas e transitava por uma rota conhecida de contrabando. Este ataque marca o 16º realizado pelo governo americano em pouco mais de um mês, elevando o total de mortos para pelo menos 65, de acordo com dados oficiais.
O secretário de Defesa afirmou que a operação foi conduzida em águas internacionais e que os três homens a bordo eram considerados narcoterroristas. “Esse navio, assim como todos os outros, era conhecido por nossa inteligência por estar envolvido no contrabando de narcóticos”, declarou Hegseth em uma postagem nas redes sociais.
A ofensiva dos EUA no Caribe e no Oceano Pacífico começou em setembro e tem sido alvo de críticas internacionais. A Organização das Nações Unidas (ONU) já expressou preocupações sobre a natureza das operações, classificando alguns ataques como “execuções extrajudiciais”. O alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Türk, pediu que os EUA cessem essas ações.
Os ataques fazem parte de uma estratégia mais ampla do governo Trump para combater cartéis de drogas latino-americanos, com o deslocamento de um considerável poderio militar para a região. Hegseth afirmou que as forças americanas continuarão a “caçar e matar” suspeitos de tráfico, justificando as ações como necessárias para proteger a segurança nacional.
Contudo, especialistas em direito internacional questionam a legalidade dessas operações, argumentando que não há evidências suficientes de que os alvos representem uma ameaça direta aos Estados Unidos. Além disso, dados da ONU indicam que a principal droga responsável por overdoses nos EUA, o fentanil, tem origem no México, e não na Venezuela, como alegado pelo governo americano.
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, criticou os ataques, acusando os EUA de usarem o tráfico de drogas como pretexto para uma mudança de regime em seu país. Ele reafirmou que a Venezuela não está envolvida no narcotráfico e que as ações americanas visam desestabilizar o governo venezuelano.
Os ataques recentes têm gerado um clima de tensão na região, com a Colômbia também expressando preocupações sobre as operações militares dos EUA, que afetam a segurança regional e as relações diplomáticas.
Enquanto isso, o governo americano continua a defender suas ações como parte de uma guerra contra o narcotráfico, prometendo aumentar a pressão sobre os cartéis operantes na América Latina.
O último ataque, que resultou na morte de três pessoas, levanta questões sobre a eficácia e a moralidade das operações militares americanas no Caribe, em um contexto onde a diplomacia e o diálogo poderiam ser alternativas mais eficazes para lidar com o problema do tráfico de drogas.
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