Governador paulista argumenta que facção impõe terror e deve ser classificada como organização terrorista
03 de Novembro de 2025 às 12h29

Tarcísio defende que PCC seja considerado grupo terrorista em São Paulo

Governador paulista argumenta que facção impõe terror e deve ser classificada como organização terrorista

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, do partido Republicanos, reiterou sua posição de que o Primeiro Comando da Capital (PCC) deve ser classificado como uma organização terrorista. Durante um evento realizado no último sábado, em Mirandópolis, Tarcísio destacou que a facção criminosa se impõe pelo terror, citando ações violentas que ocorreram em 2006 como exemplo.

“Esse grupo está realmente se impondo pelo terror e precisa ser classificado como terrorista”, afirmou Tarcísio, referindo-se aos eventos de maio de 2006, quando a facção promoveu uma série de rebeliões em presídios e ataques a forças de segurança em São Paulo, resultando na morte de 154 pessoas, incluindo policiais e agentes penitenciários.

O governador enfatizou que a classificação do PCC como grupo terrorista permitiria um endurecimento das penas para os membros da facção. “Quando se fala em classificar esses grupos como terroristas, se está falando de fato de endurecer, de aumentar o custo do crime”, explicou ele, ressaltando que a legislação atual, sancionada em 2016, prevê penas de 12 a 15 anos de prisão para crimes de terrorismo.

Além disso, Tarcísio mencionou a operação policial que ocorreu recentemente no Rio de Janeiro, que resultou em 121 mortes, incluindo quatro policiais. Ele afirmou que a alta aprovação da operação pela população se deve ao desejo de um basta ao domínio do crime organizado. “A população está querendo dar um basta, não aguenta mais ser escravizada pelo crime organizado”, disse o governador.

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Por outro lado, o governo federal, representado pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, se opõe à reclassificação do PCC como grupo terrorista. Lewandowski argumentou que terrorismo envolve uma motivação ideológica e política, enquanto as facções criminosas operam de forma diferente. “Uma coisa é terrorismo, outra coisa são facções criminosas”, afirmou.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva também se manifestou contra a proposta, defendendo que as facções devem ser combatidas por meio de esforços conjuntos de todas as esferas de poder, sem a necessidade de uma nova classificação legal. Lula destacou a importância de avançar nas propostas legislativas que visam o endurecimento das penas, mas sem a reclassificação das facções.

Essa discussão sobre a classificação do PCC e de outras facções como organizações terroristas tem gerado um intenso debate político no Brasil, especialmente em um cenário eleitoral que se aproxima. Tarcísio, que é considerado um potencial candidato à presidência em 2026, tem utilizado essa questão para se posicionar em oposição ao governo federal, buscando apoio popular em sua proposta.

As pesquisas de opinião indicam que uma parcela significativa da população apoia a ideia de classificar facções criminosas como grupos terroristas. Dados recentes mostram que 72% da população do Rio de Janeiro, onde a operação policial ocorreu, apoiam essa reclassificação, embora a adesão seja menor entre eleitores que se identificam com a esquerda.

O debate sobre a segurança pública no Brasil, especialmente em relação ao combate ao crime organizado, continua a ser uma questão central nas discussões políticas, refletindo a insatisfação da população com a situação atual.

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