Após 41 dias de shutdown, o Senado norte-americano aprovou um projeto que pode restaurar serviços essenciais e reabrir o governo.
11 de Novembro de 2025 às 12h43

Senado dos EUA aprova acordo que pode encerrar paralisação histórica do governo

Após 41 dias de shutdown, o Senado norte-americano aprovou um projeto que pode restaurar serviços essenciais e reabrir o governo.

O Senado dos Estados Unidos aprovou na noite de segunda-feira (10) um acordo provisório que pode encerrar a paralisação do governo, conhecida como shutdown, que já dura 41 dias. A medida, que ainda precisa ser ratificada pela Câmara dos Representantes, reacendeu o otimismo nos mercados financeiros e promete restaurar serviços públicos essenciais, como o pagamento de salários e a assistência alimentar.

A votação ocorreu com um placar de 60 a 40, com o apoio de quase todos os senadores republicanos e de oito democratas. O projeto estabelece o financiamento do governo até 30 de janeiro de 2026, mas não resolve as disputas orçamentárias que frequentemente paralisam o funcionamento do governo federal.

As bolsas de valores ao redor do mundo reagiram positivamente à notícia, com os principais índices em alta. Em Nova York, o Dow Jones subiu 0,81%, enquanto o Nasdaq avançou 2,27% e o S&P 500 registrou um aumento de 1,54%. O clima de otimismo se deve à expectativa de que a reabertura do governo permita a divulgação de dados econômicos essenciais, que estavam suspensos desde o início do shutdown.

Entretanto, analistas alertam que o acordo ainda enfrenta resistência dentro do Partido Democrata. John Plassard, estrategista da Citée Gestion Private Bank, afirmou: “Um simples bloqueio parlamentar pode atrasar novamente a retomada das atividades federais”.

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Na Ásia, os mercados mostraram uma reação mais cautelosa, com Tóquio caindo 0,13% e Shenzhen perdendo 1,03%. A incerteza sobre a divulgação de estatísticas econômicas nos EUA, como dados de emprego e inflação, começa a pesar nas projeções de crescimento do país, que podem ser reduzidas em até 1,5 ponto percentual devido ao shutdown.

O presidente Donald Trump comemorou a aprovação do projeto, afirmando: “Vamos retomar nosso país muito rapidamente”. O líder republicano na Câmara, Mike Johnson, também expressou otimismo, descrevendo o acordo como o fim de um “longa pesadelo nacional”.

O shutdown, que ocorre quando o Congresso não aprova o orçamento federal, resultou na suspensão de serviços considerados “não essenciais”, deixando milhões de servidores sem pagamento e interrompendo programas sociais como o SNAP (Programa de Assistência Nutricional Suplementar). Durante a paralisação, estima-se que a economia americana perdeu entre US$ 10 bilhões e US$ 30 bilhões por semana.

O acordo aprovado pelo Senado também prevê a reativação de programas sociais e a reversão de demissões realizadas durante o shutdown. No entanto, a proposta não inclui a extensão dos subsídios de saúde que expiram no final do ano, uma das principais demandas dos democratas. A expectativa é que novas negociações sobre esses subsídios ocorram em dezembro.

A decisão final agora está nas mãos da Câmara dos Representantes, onde o projeto deve ser votado nesta quarta-feira (12). O resultado da votação é incerto, já que a oposição democrata não parece disposta a ceder facilmente, o que pode complicar a aprovação do acordo.

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