Servidora da Polícia Civil é presa por desvio de 220 armas em Belo Horizonte
Uma servidora da Polícia Civil de Minas Gerais foi detida por suspeita de desviar armas apreendidas, revelando falhas na segurança da delegacia.
No último domingo, 9 de novembro, uma servidora concursada da Polícia Civil de Minas Gerais foi presa em Belo Horizonte, suspeita de desviar cerca de 220 armas de fogo que estavam sob a responsabilidade da 1ª Delegacia do Barreiro. O desvio foi descoberto após a prisão de um homem portando uma arma que deveria estar armazenada na delegacia.
A Corregedoria da Polícia Civil foi a responsável pela detenção da servidora, que agora responderá pelo crime de peculato, caracterizado pelo desvio de bens públicos. As investigações indicam que as armas eram de baixo calibre e, em alguns casos, obsoletas, conforme afirmou o delegado Rômulo Guimarães Dias.
O delegado também destacou que, até o momento, não há indícios de que facções criminosas estejam envolvidas no desvio das armas. A investigação, que está em estágio avançado, busca esclarecer a destinação dos armamentos. “Não houve nenhuma invasão à unidade policial, conforme verificado por perícia realizada na delegacia”, afirmou.
A servidora, que não exercia funções de policial, foi aprovada em um concurso para o cargo de analista da Polícia Civil em 2013. Com um salário bruto de R$ 7,5 mil, ela atuou em diversas delegacias antes de ser transferida para a unidade do Barreiro em 2020. Em suas redes sociais, ela se apresenta como escrivã de polícia e compartilha informações sobre sua formação, que inclui um curso de fisioterapia.
As investigações apontam que as armas desviadas poderiam estar sendo utilizadas por organizações criminosas, incluindo o Terceiro Comando Puro (TCP). A defesa da servidora contestou a interpretação das imagens de câmeras de segurança que supostamente a mostram retirando armamentos da delegacia, alegando que os vídeos não comprovam a posse das armas.
O advogado Lucas Furtado, que representa a servidora, afirmou que a prisão foi baseada em uma investigação “totalmente frágil” e que pretende solicitar a liberdade provisória dela. Ele argumentou que a delegacia apresentava condições precárias e que diversos servidores tinham acesso ao material armazenado, não apenas sua cliente.
A Justiça já reconheceu a legalidade da prisão durante uma audiência de custódia, onde foi determinada a permanência da servidora detida. O juiz Luis Fernando Nigro Correa também ordenou que ela receba atendimento médico para a avaliação da necessidade de medicamentos contínuos.
Além da prisão, a Corregedoria da Polícia Civil instaurou um procedimento administrativo para apurar as irregularidades constatadas. O órgão reafirmou seu compromisso com a transparência e a responsabilidade na apuração dos fatos, visando preservar a legalidade e a confiança da sociedade na instituição.
O caso segue sob investigação, com a expectativa de novos desdobramentos à medida que as apurações avançam. A Polícia Civil de Minas Gerais reiterou seu compromisso com a ética e a justiça, prometendo divulgar mais detalhes assim que as investigações forem concluídas.
Veja também: