Líder da oposição afirma que país está ‘no limiar de uma nova era’ e pede responsabilização por crimes do regime
18 de Novembro de 2025 às 18h19

María Corina Machado apresenta manifesto com visão para Venezuela após queda de Maduro

Líder da oposição afirma que país está ‘no limiar de uma nova era’ e pede responsabilização por crimes do regime

A líder da oposição venezuelana e ganhadora do Prêmio Nobel da Paz, María Corina Machado, divulgou nesta terça-feira, 18, um manifesto intitulado Manifesto da Liberdade, onde delineia sua visão para a Venezuela após uma possível queda do regime de Nicolás Maduro. Em um vídeo de pouco mais de 14 minutos, postado em seu perfil nas redes sociais, ela afirma que o país está “no limiar de uma nova era”.

“O longo e violento abuso de poder deste regime está chegando ao fim”, declara Machado, que vive na clandestinidade há mais de um ano devido a um mandado de prisão emitido contra ela. A opositora enfatiza a necessidade de reconstruir uma sociedade livre, onde o governo sirva aos cidadãos e proteja os direitos naturais de todos os venezuelanos.

No manifesto, María Corina critica a recente reeleição de Maduro, ocorrida em julho de 2024, a qual ela considera fraudulenta. Os Estados Unidos também não reconheceram o resultado das eleições, aumentando a pressão sobre o regime venezuelano.

Machado destaca a importância de criar condições para uma economia livre e competitiva, além de transformar a Venezuela em um “pilar de segurança democrática”. Ela promete defender a liberdade de expressão e o direito à reunião, ressaltando que “o regime criminoso deve prestar contas” pelos crimes cometidos.

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“Desde que Maduro assumiu o poder em 2013, mais de 18 mil presos políticos sofreram injustamente. Cada um deles é um testemunho da brutalidade do regime”, afirma. Ela acrescenta que a verdadeira recuperação do país só ocorrerá quando aqueles que cometeram crimes contra a humanidade forem julgados.

O contexto atual é marcado por uma crescente tensão entre a Venezuela e os Estados Unidos, que mobilizaram uma frota militar no Caribe, incluindo o maior porta-aviões do mundo, para operações contra o narcotráfico. Maduro alega que essa mobilização tem como objetivo derrubá-lo.

Além disso, as autoridades americanas acusam Maduro de liderar o Cartel de Los Soles, uma organização criminosa que será classificada como terrorista. Essa acusação é apoiada por María Corina, que pede uma resposta internacional mais contundente.

O manifesto de Machado também aborda a necessidade de uma transição política pacífica, apelando às Forças Armadas e a setores do chavismo para que apoiem essa mudança. Ela defende que as futuras eleições reflitam a vontade do povo e não o poder de poucos.

María Corina Machado, que foi reconhecida por sua defesa pacífica da democracia e dos direitos humanos, é a 20ª mulher a receber o Prêmio Nobel da Paz, honraria que já foi concedida a mais de 90 homens desde sua criação. Sua luta pela liberdade na Venezuela continua a inspirar muitos, mesmo em meio a um cenário de repressão e incertezas.

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