Eduardo Bolsonaro critica diplomacia brasileira após redução de tarifas por Trump
Deputado afirma que decisão dos EUA foi motivada por fatores internos e não pela diplomacia brasileira
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) declarou, na noite de quinta-feira (20), que a diplomacia brasileira não teve mérito na recente decisão do governo dos Estados Unidos de retirar 40% das tarifas sobre produtos brasileiros, como café e carne bovina. A afirmação foi feita em resposta ao anúncio do presidente norte-americano, Donald Trump, que mencionou a negociação com o Brasil durante a divulgação da medida.
Eduardo, que atualmente reside nos EUA, afirmou que a decisão foi impulsionada por fatores internos, especialmente a necessidade de conter a inflação americana, e não por ações do governo brasileiro. “A diplomacia brasileira não teve qualquer mérito na retirada parcial dessas tarifas. Assim como beneficiou outros países, a decisão dos EUA decorreu apenas de fatores internos”, destacou em sua conta no X (antigo Twitter).
O deputado também se referiu à chamada “tarifa-Moraes”, que impõe uma alíquota de 50% sobre a maioria dos produtos brasileiros, como uma consequência da crise institucional gerada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Ele argumentou que os abusos cometidos pelo ministro têm gerado preocupações internacionais e afetado a confiança no Brasil.
A menção à “tarifa-Moraes” está relacionada ao contexto em que seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), enfrenta um processo judicial e cumpre prisão domiciliar. Eduardo Bolsonaro afirmou que a instabilidade jurídica causada por Moraes abriu caminho para a imposição de tarifas mais altas sobre os produtos brasileiros.
O deputado ressaltou que Trump precisa apresentar resultados rápidos para a população americana, especialmente com as eleições legislativas se aproximando em 2026. “O governo Trump precisa entregar resultados rápidos para que a população sinta a redução da inflação antes das urnas”, comentou.
Eduardo também enfatizou a importância de o Brasil recuperar a segurança jurídica e o respeito às liberdades, afirmando que sem isso não haverá crescimento duradouro nem relações internacionais confiáveis. Ele se posicionou contra as tarifas, que, segundo ele, prejudicam trabalhadores e empresários brasileiros.
Na sua análise, a decisão de Trump de reduzir as tarifas foi uma estratégia política para atender à demanda interna dos EUA. “Nenhum estrangeiro deseja tarifas, pois elas machucam o exportador”, disse Eduardo, enfatizando que a verdade precisa ser dita sobre a situação.
As negociações entre os dois países foram retomadas após um contato entre Trump e Lula durante a Assembleia-Geral da ONU em setembro. No dia 6 de outubro, eles conversaram por telefone e, em 26 de outubro, se encontraram pessoalmente na Malásia. Trump afirmou que as negociações estão em andamento e que certos produtos brasileiros não estarão mais sujeitos à sobretaxa.
Com a nova ordem executiva assinada por Trump, produtos como café, carne bovina, petróleo e frutas não sofrerão mais as tarifas impostas anteriormente, com efeito retroativo a 13 de novembro. A medida é vista como um passo importante para a retomada das relações comerciais entre os dois países.
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